Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Huevos

21/11/2013


Existe um ditado portenho que diz que em certas situações “hay que poner mas huevos”. Há inclusive algumas canções de torcidas que cantam que “para salir primero, hay que poner mas huevos” , que seria algo como ter que mostrar os culhões, ter que colocar “os ovos” à prova se quer ser campeão.

Anda nos faltando isso.

Estranhamente a postura do time nesses últimos jogos decisivos, tanto pelo Brasileiro como na primeira final da Copa do Brasil foi de muita passividade, excesso de respeito e uma certa apatia em campo. Entende-se o nervosismo de um time jovem em que a maioria faz sua primeira grande decisão na carreira. Mas a falta de atitude é inexplicável.

Chegamos em boas condições no Brasileiro e na final da Copa do Brasil por sermos ousados, por nos colocarmos no limite e jogarmos de maneira intensa o tempo todo. Nos últimos três jogos, somente entramos em campo de corpo e alma a partir do segundo tempo. Pouco para quem está decidindo e resolvendo as partidas mais importantes de todo o ano.

Jogar, perder, sofrer gols, tomar drible, errar passe acontece, é do jogo, faz parte. O que não se entende é a falta de atitude, o excesso de respeito ao adversário que por vezes se confunde com um pouco de medo e os faz crescer na partida.

Já provamos a este mesmo Flamengo que não devemos nada a eles, podemos vencer onde quer que seja. Aliás, tanto Atlético como o Flamengo estão na final muito mais pela determinação, garra e vontade de seus jogadores do que propriamente pela qualidade técnica de seus elencos. A diferença ontem foi que o Flamengo se aplicou igual ao que o fez chegar até aqui, enquanto nosso time estava meio “avoado”, sem foco e desconcentrado na partida.

Ainda há tempo. Temos obrigação de vencer as duas partidas sob nosso mando no Brasileiro e não temos nada a perder jogando o nosso jogo no Maracanã diante de um mundo de flamenguistas e com o espírito de “já ganhou” deles e da imprensa carioca.

Mas para isso o time vai ter decididamente que “poner mas huevos” do que tem feito ultimamente. A vitória, o título, a comemoração só se oferecem aos que buscam-na de maneira incessante e sem temor.

Eu confio e acredito.


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