Juliano Ribas

Juliano Ribas de Oliveira, 51 anos, é publicitário e Sócio Furacão. Foi colunista da Furacao.com entre 2004 e 2007 e depois entre março e junho de 2009.

 

 

Reprovado

11/04/2005


Casemiro não passou pela prova de fogo. O Atletiba, que derruba e consagra técnicos é e sempre será isso: um divisor de águas. Agora, depois desse primeiro clássico, continuaremos com outro técnico. E, nos últimos tempos, temos tido mais sorte com os que assumem na fogueira do que os que iniciam o trabalho. Foi assim com Geninho e Levir Culpi, ambos substituindo Mário Sérgio, sem contar os interinos.

O Mior foi-se. Seu retrospecto no Atlético até domingo, pelo menos em números, não era mau. Mas não convencia dentro de campo. Mas sempre havia as justificativas de time em formação, falta de motivação pelo Paranaense e tudo. Mas, quando chega a hora da verdade, o encontro com os verdes, não há mais nenhuma desculpa. É ganhar ou ganhar. Sobrepor a mística do clássico e vencer. No Atletiba não tem time pior ou melhor. É camisa e vale gol até de Edenilson Pateta impedido. E bola na mão que juiz não marca não quer dizer nada.

Se tivesse ganho, estaria prestigiado. Perdeu, está fora. O Atletiba mostra algumas realidades. Mostrou que nosso ex-técnico era verde, no sentido oposto a maduro. Mostrou que a ousada aposta em seu nome tranformou-se em um erro. Mostrou que esta deve ser a última vez que o Atlético deve apostar em nomes desconhecidos para o comando técnico. O Furacão não conseguiu engrenar com nenhum dos nomes quase anônimos em que depositou confiança. É hora de parar.

A emoção está à flor da pele em todos os atleticanos. É o que causa uma derrota para os coxinhas. Mas o que deveria ser feito foi feito. O caminho da rua para Mior, rápido assim, era a única atitude a ser tomada. Agora é hora de colocar a cabeça no lugar e não sair numa caça às bruxas, para não piorar o ambiente no clube. Recentemente, aqui, neste mesmo espaço, disse que esse Atletiba era muito mais importante para Mior do que para o macaco velho Lopes, pois era ele que deveria provar alguma coisa. Não provou. Foi reprovado direto, sem recuperação.

Fica a lição: não se deve mais apostar em técnicos. O time não é individualmente ruim e é possível fazer muito mais com ele. Mas venha quem vier, é importante que saiba: a responsabilidade no Atlético é grande, o peso da camisa é enorme, a cobrança é intensa, os resultados são necessários e a pressão emocional é furiosa. Perder no Atlético hoje é muito pior do que perder no Atlético há anos atrás. Perder títulos, então, nem se fala. Que fique esta mensagem para o novo comandante e principalmente para a diretoria: chega de novatos. Não queremos o troféu de técnico revelação e, sim, os canecos dos campeonatos. O Atlético hoje é tarefa para cachorro grande. Quem sabe um buldogue experiente teria passado na prova. Como passou o idoso delegado.

Ah! Que bom seria se o Geninho voltasse algum dia!


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