Alexandre Sugamosto

Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.

 

 

Solução na ponta dos dedos!

04/11/2013


Aproveito o espaço, e a boa fase, para reproduzir a coluna do meu amigo Henrique Stockler sobre um problema que ainda pode prejudicar o Atlético nessa fase decisiva e, hipoteticamente, até na disputa da Libertadores.

"Vamos nos aproximando do final do campeonato e temos reais chances de irmos a Libertadores da América em 2014. Vamos trilhando o caminho dentro do G4 com uma campanha surpreendente e que ironicamente não apresenta disputa com times do eixo, a exceção do Botafogo.

Consequentemente, tirando um ou outro erro pontual e normal, não temos enfrentado problemas com arbitragens tendenciosas. Maravilha. E o que pode nos atrapalhar então, já que temos um bom time de futebol, uma boa campanha e não vamos enfrentando o "apito amigo"? Nossa torcida!

Falar em "torcida" neste caso é bastante imprudente e descabido. Torcida somos eu e você que vamos ao estádio para torcer. O nosso limitador deste ano pode-se chamar seguramente de bandidos.

Sem precisar descrever os fatos passados vou ao ponto principal da discussão onde o Atlético JÁ perdeu 3 mandos de campo, joga com o efeito suspensivo conseguido por Domingos Moro, e ainda pode ter essa conta aumentada. Mas por que o clube não toma providência nenhuma?

"... mas o clube já suspendeu estes sócios...". Pare! Não resolve. Empresta o smart card de um amigo e vai ao jogo brigar de novo.

"...Mas eles estavam defendendo A, ou B..." ou "...Não sei quem havia roubado materiais da torcida A ou B..." ou ainda "...são dissidentes de A que estão agora em B...". Sinceramente, absolutamente nada disso me importa. Resolvam-se como quiserem, mas jamais dentro do estádio.

"...Deveriam proibir o empréstimo de smart card..." Balela. Privar 20 mil e a possibilidade de bons públicos por culpa de 50?

"...Deveriam proibir as organizadas..." Não é a solução. Tudo que é proibido se organiza e se torna pior. Proibir organizada não resolve os problemas. Serão as mesmas pessoas, mas sem os materiais que os identifica.

Todas as soluções radicais apresentadas não funcionam. Proibições de organizadas, cerveja, empréstimos de smarts, tudo isso é o mesmo que sacrificar o cachorro que tem pulgas em vez de comprar um shampoo que livre o animal dos parasitas. Alguém faria isso? Então por que ser radicalmente burro quando o assunto é futebol?

A solução é mais simples do que se pensa. São 4 os passos que tornariam o estádio mais seguro, afastaria bandidos, traria mais famílias para os jogos, serviria de exemplo para o país, nos livraria da perda de mandos de jogo e aos poucos solucionaria o problema da violência:

1° - Implantar um sistema biométrico em TODAS as catracas de acesso de torcida ao estádio do Atlético. Sistema biométrico não é caro, ainda mais tratando-se da importância do tema e do tamanho do negocio futebol. Hoje qualquer empresa trabalha com este sistema para registro de ponto dos seus empregados e qualquer farmácia na esquina de casa faz uso desta tecnologia.

2° - Cruzar informações com as policias do estado e criar uma "lista negra" com os nomes dos envolvidos em vandalismo, baderna e violência em estádios nos ultimos 10 anos. Estes nomes seriam barrados pelo sistema biométrico.

3° - Convocar os sócios torcedores para um cadastramento de digitais. Tenho certeza que ninguém se importaria de perder 10 minutos deixando suas digitais no banco de dados do Atlético, a não ser que estivesse com o nome na "lista negra". Torcedor não sócio que fosse comprar ingresso para jogo avulso deveria cadastrar suas digitais também, ao menos em um primeiro comparecimento.

4° - Em dias de jogos, após ampla convocação e cadastramento de digitais, os torcedores deveriam fazer o contato biométrico na catraca, antes de mais nada. Em caso de luz verde, ok, o torcedor não teria problemas e estaria cadastrado. Em caso de luz vermelha, ou este não estaria cadastrado ou estaria na "lista negra". Após este teste de 5 segundos o torcedor faria o procedimento normal com seu smart card pessoal ou emprestado e entraria no estádio.

Os bandidos entrariam no campo uma vez que seus nomes constassem na "lista negra"? Não, não há possibilidade de burlar um sistema biométrico com um segurança monitorando.

Algum torcedor de bem se importaria de cadastrar suas digitais para ter segurança e conforto no estádio? Não, ninguém se importaria.

O clube correria o risco de se indispor com parte da torcida ou então de perder uma renda e exposição da marca com uma Libertadores? Não, pois os vagabundos estariam longe do Atlético.

A solução é simples e não tão cara. A cerveja, a organizada como instituição, o estádio simples e acanhado, a falta de fosso da nova Arena, nada disso pode ser colocado como vilão. O grande vilão é a impunidade dos bandidos. Eles aprontam e o clube paga. Enquanto não houver a implantação de uma maneira de afastá-los dos estádios continuaremos reféns dessa horda de idiotas.

Se o Atlético ficar esperando a polícia, os políticos, a CBF ou o STJD fazerem alguma coisa morreremos perdendo mandos. Para estes citados é mais fácil punir o clube e culpar fatores secundários (matar o cachorro pulguento) do que coibir os vagabundos que estão acabando com nosso futebol (matar as pulgas)."


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