Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 56 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

O bom senso e a rivalidade

28/09/2013


As grandes questões que estão sendo levantadas pelos principais jogadores do Brasil, não são nenhuma novidade para a torcida do Atlético. Nós já vimos discutindo isso há tempos, motivados que fomos pela nossa própria realidade. E essa realidade nos fez assistir ao nosso time Sub-23 disputar e perder um campeonato paranaense. Tudo isso fazia parte de um planejamento que objetivava proteger a equipe principal de desgaste pelo excessivo volume de jogos, protegendo os atletas de lesões. Questionamos, brigamos, nos exaltamos e intermináveis debates e brigas homéricas, algumas centradas mais na forma comportamental de Petraglia, outras no estilo de gestão, várias em questionamentos financeiros e por aí afora.

A recusa em aceitar os valores pagos pela Rede Globo, encontra sinergia com algumas reivindicações dos atletas e volto já a essa questão.

Mas veio o tempo, o velho senhor da razão. O Atlético está com o departamento médico vazio, tem a possibilidade de seguir em frente da Copa do Brasil, está no G4 do campeonato brasileiro numa posição espetacular, que veio de uma reação do mesmo nível. Quase inacreditável e os críticos, todos eles, amigos ou inimigos, colunistas de blogs e sites ou da imprensa local, foram aos poucos sumindo, meio sem ter o como argumentar. Uns mais persistentes, dizem que ainda é cedo, que o campeonato ainda está metade e que pode acontecer uma queda de produção, a exemplo do que houve no rival. Pode, mas é bem pouco provável.

Tudo isso acontece em meio à construção de um estádio, repleta de polêmicas e dificuldades, com desafetos e adversários surgidos de todos os lados e que tive o privilégio de visitar mais uma vez. Posso afirmar que está arrepiante e espetacular! É uma conquista inigualável para o Clube, que tenho certeza, será reconhecida com um crescimento do número de sócios.

Grandes clubes do Brasil tem afirmado que os estaduais são massacrantes, e que vão replicar a experiência do Atlético, colocando em campo suas equipes SUB-23, categoria que a imprensa local dizia “não existir”. Está ganhando força o renascimento do SUL-Minas, que em 2014 pode não acontecer por conta da Copa. Porém, em 2015, creio que o torneio pode renascer, ou algum outro campeonato com mais relevância.

E onde entra a rivalidade nessa história? Pois é. O protagonista da revolução dos atletas, ou pelo menos um dos mais importantes, é ninguém mais nem menos do que Alex de Souza, ídolo do rival, eterno desafeto da torcida rubro-negra. Ele é quem de forma indireta, tem defendido as teses colocadas em prática por Petraglia, identificando os mesmos alvos e problemas, inclusive dando declarações em um vídeo amplamente divulgado nas redes sociais, onde ataca os horários de realização dos jogos, o número excessivo de partidas dentre outros posicionamentos que vão se tornar cada vez mais fortes. Os atletas vão ganhar força, abandonando o papel de cordeiros para se tornarem lobos. Basta ver as reclamações dos atletas do Paraná Clube, que em tempos não muito distantes ficavam escondidas embaixo das arquibancadas da Vila. Esse e outros movimentos embora tardios, não terão como ser contidos, sob pena de se ver criada uma crise gigantesca. Para os padrões atuais do futebol brasileiro, é uma grande revolução. Os jogadores estão no começo da bronca.

Creio que o Atlético tiver a felicidade de se manter nas primeiras colocações do brasileiro, jogando a Libertadores de 2014 em sua nova arena, a revolução ganhará contornos com os quais nós nem sonhamos. Vamos ver o que nos aguarda.

Hoje, completo 46 anos. Compartilho a data com os dois mais importantes presentes que já ganhei nessa vida, Rodolfo e Mariana. Obrigado, Ronise!


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