Alexandre Sugamosto

Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.

 

 

O Furacão e os números

09/09/2013


Eu sou daquela raça de torcedor que não gosta de gráficos. Não aprecio projeção de tabela, estatística, cruzamentos numéricos, número de passes, lançamentos etc. A tara com os números costumo deixar para os matemáticos, os estatísticos e para os futurólogos e palpiteiros de plantão (eles estão em toda parte). Poderia dizer, para definir bem, que sou daqueles que misturam intuição tática, anos de Championship Manager e Elifoot formam o caráter de qualquer um, ao velho truque de superstição: não mudar a camisa, não assistir ao jogo em determinado setor do estádio, sempre citar gente como Nowak e Cocito... a lista é interminável.

Outro dia, no entanto, resolvi contrariar minhas crenças e fui dar uma olhada nos números do Atlético no primeiro turno. Compartilho com os torcedores algumas conclusões sobre o assunto.

Pelo número de jogos disputados, podemos entender que Weverton, Ederson, Everton, Manelckenbauer e Marcelo formam a espinha central do time. Marcelo, noves fora a bronca de alguns torcedores pelos gols perdidos, tem boa média, mas um dado preocupante: é quem mais perde bola no time rubro-negro. Talvez isso se deva ao fato de Marcelo Usain Bolt ser acionado com mais frequência que os companheiros, mas é importante que o jogador consiga treinar o fundamento de permanecer com a bola no pé (contra o Santos, por exemplo, levamos sufoco desnecessário por não conseguir manter a bola no campo de ataque). Ederson, por sua vez, apresenta números excelentes, inclusive no que diz respeito ao acerto de passes. O já lendário camisa 77 foi realmente um achado e deve permanecer na equipe titular para ganhar ainda ritmo de jogo.

Um dado preocupante foi o número de assistências do principal armador do time: Paulo Baier, ao contrário do que eu imaginava, aparece empatado com Felipe, João Paulo, Zezinho e Everton no número de passes para golo (duas assistências). É preciso que o meia de ligação consiga acertar o pé, principalmente nos contra-ataques, para que o time consiga ser letal nas jogadas de velocidades. Outro destaque negativo é o número de passes errados: Pedro Botelho é o campeão no quesito, embora tenha sido importante na articulação de jogadas pelo centro.

O ponto principal segue sendo a guinada de pontos iniciada na ‘Era Mancini’. O Atlético termina o turno, pela primeira vez na era dos pontos corridos, no G4 e segue correndo por fora para alcançar posições ainda maiores no returno. Entre dados matemáticos, números e projeções, o grito da torcida ainda é um dos maiores talismãs do Furacão.

Pra cima, Atlético!


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