Ana Flávia Weidman

Ana Flávia Ribeiro Weidman, 41 anos, é servidora pública federal e já veio ao mundo comemorando uma vitória rubro-negra. É perdidamente apaixonada pelo Furacão e fica com os olhos marejados toda vez que vê o time entrando em campo e ouve os primeiros acordes do hino atleticano!

 

 

Euforia

03/09/2013


Andávamos pelo deserto. Nem sinal de vida ao nosso redor e aquela sensação de que o martírio não teria fim. O desgaste pelo longo período de exílio acirrava os ânimos de toda uma nação. Longe de casa, sem conseguir enxergar o nosso Atlético naquele time que vestia rubro-negro, buscávamos no fundo da nossa alma a força para enfrentar mais um ano de sacrifício.

E não é que de repente sentimos uma brisa fresca a bagunçar os cabelos? Descobrimos um oásis atrás da colina e voltamos a desfrutar da alegria que é ser atleticano em toda a sua plenitude! E não digo isso por conta dos excelentes resultados que atingimos, nem pela posição que ocupamos na tabela. Refiro-me a emoção de olhar pra dentro do gramado e ver o nosso Atlético! Sim, porque esse aí é o Trétis que aprendemos a amar: um time guerreiro! Faz parte da nossa essência, está no nosso DNA a luta.

O torcedor tolera muita coisa, mas não suporta ver em campo um bando de covardes, sem alma e sem respeito pela camisa que só se veste por amor. O Atlético do Mancini, do Éderson (Arantes do Nascimento), do Everton, do Manoel, do Paulo Baier, o nosso Atlético é um time orgulhosamente guerreiro!

Agora, some-se a isso o ótimo trabalho técnico do treinador que transformou um grupo de atletas numa equipe com padrão de jogo definido. E como não podia deixar de ser, acrescente ainda um atacante que nasceu para fazer gol - muitos gols - de tudo quanto é jeito. Temos um time para brigar de igual para igual com qualquer outro do Brasil!

O Furacão voltou e com ele voltaram aquela ansiedade antes do jogo, a felicidade em encontrar os amigos e ir para o estádio, a alegria que é estar na arquibancada para curtir os 90 minutos que dão sentido à nossa vida rubro-negra.

Temos ainda muito campeonato pela frente e este coração tão calejado deveria ter mais moderação e não criar grandes expectativas de, quem sabe, beliscar uma Libertadores ou, ainda, levantar um caneco.

Mas quem foi que disse que coração de atleticano é moderado? Depois de tanto tempo vagando pelo deserto eu quero mais é curtir o momento, sonhar com a segunda estrela dourada no peito, trazer à tona novamente o El Paranaense! Quero fazer piada, tirar sarro do rival, discutir a escalação na mesa do boteco, afirmar com toda convicção do mundo que Éderson#77 é melhor que Romário!

O torcedor não precisa de muito para ser feliz e o futebol é sensacional exatamente por conta disso. São 90 minutos que mudam nosso estado de espírito! Vamos curtir a boa fase, a chuva de gols, o artilheiro do campeonato, a série invicta, a quebra de tabus, tudo que temos direito! E quando vier a derrota, porque ela virá mais cedo ou mais tarde, saibamos sacudir a poeira e seguir em frente. Já aprendi que a frustração é um golpe difícil de ser assimilado. Mas prefiro viver essa euforia e depois ter que juntar os cacos de um coração em pedaços a passar por uma vida inteira sem experimentar a emoção que só o Atlético é capaz de proporcionar!


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