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Michele Toardik
Michele Toardik de Oliveira, 44 anos, é advogada, mãe, sócia ininterrupta há mais de uma década e obsessivamente apaixonada pelo Furacão. Contrariou as imposições geográficas, tornando-se a mais atleticana de todas as "fluminenses". É figurinha carimbada nas rodas de resenha futebolística, tendo como marca registrada a veemência e o otimismo incondicional quando o assunto é o nosso Furacão.
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O meu amor pelo Furacão jamais se baseou ou se baseará exclusivamente na conquista de títulos e campanhas avassaladoras, mas um ano digno, futebol-verdade e uma alegriazinha de vez em quando não faz mal a ninguém, né?
Sinto que ainda tenho feridas recentes que não me permitem comemorar a boa fase com a animação devida, no entanto, tenho a plena convicção de que o maior benefício que esse novo/velho Furacão vem proporcionando é o tratamento desses traumas e machucados que os últimos anos ocasionaram.
É claro que ao analisarmos a nossa história tivemos anos muito mais difíceis que o ano da queda ou daqueles em que simplesmente enfrentamos o Brasileirão pra não cair, mas tem coisa que não dá pra comparar.
O certo é que há uns 20 anos seria loucura ambicionar algo além de um bom Estadual, nossos sonhos eram modestos assim como a nossa realidade. Não tínhamos quase nada, de patrimônio mesmo, só o torcedor, uma Baixada humilde e a mística da nossa camisa.
Amávamos e ostentávamos as nossas cores de uma forma quase altruísta: com orgulho de uma Paranaensezinho aqui, outro ali; criando uma lenda de vez em quando; comemorando incansavelmente um jogo atípico, uma bela virada, um gol de raça à la Matosas ou um empate sobrenatural como aquele com Ziquita.
Felizmente, as coisas mudaram de forma significativa para o torcedor atleticano e desde aquele emblemático Atletiba pascal – que de lenda passou a um dos maiores marcos da nossa história -, nos foi embutido o sentimento de que o Atlético podia mais, muito mais!
Antes que venham me cobrar que eu não citei o nome do homem, que aqui no site somos proibidos de elogiar e tal: - Sim, o visionário Petraglia mudou a mentalidade e a realidade atleticana! Assim como só conseguiu implementar os seus projetos porque a grande maioria - mesmo que muitas vezes a contragosto - comprou as suas ideias e, também comprou tijolinhos da Baixada, não cansa de comprar cadeiras e sempre compra briga pra defender o Furacão!
Enfim, todos conhecem muito bem a história e tem a consciência de após ter vivido a Era de Ouro do Furacão nunca mais nos contentaríamos com pouco.
Por anos a fio estivemos convictos de que o Atlético era um clube incaível e praticamente invencível dentro dos nossos domínios, mas após um período de franco flerte com a série B a zona de conforto e a autoestima foram arrancadas de nós.
Gols contra em recuo para o goleiro, pontos perdidos no apagar das luzes e até derrota pra time rebaixado... Como esquecer tudo isso?
Pensei que não fosse fácil apagar aqueles momentos ruins, ainda tenho alguns sobressaltos durante as partidas, mas os últimos jogos do Furacão estão me devolvendo o otimismo, a fé na “incaibilidade” e, principalmente, a sensação de que temos um time plenamente compatível com a nossa fanática torcida, bem como alinhado com a nossa história de luta e superação.
Com humildade acima de tudo, vamos apoiar com todas as forças o nosso Furacão para que ele reconquiste o “título” de incaível. E das demais possibilidades a gente fala depois...
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