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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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O Atlético nos últimos tempos tem se sobressaído muito mais pelo exotismo de suas ações do que pelo caráter ortodoxo do que deveria ser o seu cerne, o futebol. Este ano, como não poderia deixar de ser, foi ao exterior, largou um time semi-juvenil para dar conta do estadual, a equipe mesmo extremamente mal treinada chegou as finais, chegou a aplicar uma sonora goleada no rival, mas no final das contas perdemos mais uma vez.
Inventou-se uma pré-temporada gigante com resultados até então mais que questionáveis, insistiu numa invenção no comando técnico, e assim como tem feito nos últimos sete anos, resolveu acordar entre meados de julho e início de agosto, e faz agora um grande campeonato.
A rigor, estreamos em casa há poucas rodadas e por isso mesmo, como bem frisado pelo amigo atleticano Gustavo Camargo, nos tornamos um “visitante ingrato”, criamos uma casca dura que nos faz jogar bem fora de casa inclusive.
Com Mancini no comando, o Atlético tem uma cara nova no Brasileiro. Ao invés de sabotarmos um volante medíocre no comando de ataque como fez Renato Gaúcho em 2011 e que nos custou preciosos pontos na luta contra o rebaixamento, ao invés de improvisar lateral direita de zagueiro; zagueiro de volante e volante de lateral, ou mesmo zagueiro de atacante nos custando pontos que evitaram a conquistada antecipada ano passado, ao invés de inverter dupla de zaga, pôr volante com bom arremate, que sai pro jogo mas não marca tão bem como João Paulo junto a defesa e em contrapartida volante mais mordedor, marcador, mas sem habilidade como Deivid indo pro jogo, Mancini põe cada um no seu quadrado.
Sem invenções mirabolantes, mostrando estudar o adversário, parecendo ser um sujeito muito sério no que faz, Mancini vai calando os críticos, entre os quais devo me incluir e mostra que, como sempre dito pelo bom velhinho Evaristo de Macedo, do alto do seu currículo de ex-ídolo de Flamengo, Real Madrid e Barcelona e com significativa passagem pela Seleção Brasileira, futebol é um jogo muito fácil de se jogar e que qualquer um pode jogar futebol.
Assim, mesmo com deficiências cujos reforços são cobrados pela torcida desde o ano passado, fazendo o simples, o fácil, mas com dedicação e empenho de todos demos um tremendo salto na tabela, o time se apresenta muito seguro em campo, com os jogadores sabedores dos papéis que devem desempenhar e vamos não só nos livrando das incômodas últimas posições, como nos aproximando dos cabeças do campeonato.
Deve o Atlético seguir nessa toada, sem se impressionar com os elogios de alguns, o ufanismo de outros, mas também não dar muito pelota ao ceticismo/pessimismo de outros. Deve o Atlético seguir seu caminho, construir sua própria história nesse Brasileiro e por que não, nos colocar em condições de inaugurar nossa amada Baixada ano que vem disputando contra as maiores forças da América do Sul?
Nunca duvidem do Atlético!
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