Alexandre Sugamosto

Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.

 

 

A história se repete

10/06/2013


Mensageiros alados estão saindo, agora mesmo, para tentar avisar ao Atlético que o campeonato brasileiro já começou. Eu disse em uma situação anterior que o time apresentou algumas jogadas bem trabalhadas, boa movimentação e troca de passes. Sustento o comentário. Contudo, o Atlético vem perdendo para si mesmo.

Perde, primeiro, porque insiste em não corrigir o posicionamento defensivo e porque não investe em laterais que possam ao menos fazer uma boa figura no torneio. Jonas não é jogador para o Furacão e Pedro Botelho, que fez excelente campanha na série B, tem acompanhado Cleberson nas falhas mais assombrosas do sistema defensivo: bolas devolvidas para o meio da cancha, de presente para o adversário e erros absurdos de posicionamento. Os volantes, por sua vez, não entendem o que é cobertura. Ora, esse é um dos fundamentos do jogo desde que os coaches saíram dos ferrolhos e começaram a pensar na distribuição das peças no campo. Nosso treinador, que até livro publicado tem, não sabe disso? Se ele sabe e não consegue transmitir aos jogadores, deve ser dispensado. Se não sabe, deve procurar outra profissão. Se sabe, consegue transmitir e os jogadores não obedecem, só temos duas opções: contratar jogadores mais obedientes taticamente ou um treinador que consiga impor o comando ao time.

Fico assustado quando percebo que um time que teve quatro meses de treinamento não consegue se encontrar em bolas paradas. Fico temeroso quando esse mesmo time não possui uma jogada ensaiada sequer. Quatro meses. A pré-temporada sonhada por todas as equipes do campeonato não serviu para quase nada. ‘O time jogou bem’, ‘demos show, mas levamos azar’: desculpas cansativas. Nenhuma equipe leva dois gols em todos os jogos por azar. Nenhuma.

A realidade do nosso futebol, e somos um clube de futebol, importante não esquecer, é a seguinte: cinco pontos e um aproveitamento pífio nos primeiros cotejos do campeonato. Está tudo errado? Evidente que não. O Atlético mostra qualidades ofensivas, consegue dominar algumas situações de jogo e possui certo controle da bola. No entanto, um treinador não pode deixar o time cometer os mesmos erros durante cinco partidas seguidas. Se Ricardo não consegue corrigir esses problemas, será ele o homem indicado para permanecer no comando do Furacão?

Minha opinião é a seguinte: Drubscky é eficiente em treinamentos e seria um ótimo auxiliar técnico ou olheiro. Para ser o comandante da esquadra, contudo, é preciso muito mais perspicácia, fibra e visão do jogo. As substituições do treinador rubro-negro sempre levam a marca inconfundível do ‘não faço a mínima ideia do que estou fazendo’.

O Atlético precisa repensar as decisões tomadas até aqui para que 2013 não seja mais um ano de luto para o torcedor rubro-negro.


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