Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Onde está Wally?

01/06/2013


Frustração, tristeza, decepção, são as palavras que fizeram parte do vocabulário do torcedor atleticano na semana que está acabando. Poderia ter sido tudo muito diferente, se a vantagem significativa que abrimos contra Cruzeiro e Flamengo durasse até o final dos jogos. Mas onde estão concentrados os erros? Pelo menos em três gols, houve bolas alçadas em nossa área, com nossos defensores socando os cabeções, em um dos gols quase que literalmente, permitindo que mesmo com a área congestionada, surgissem adversários para chutar (Dedé), cabecear (Moreno) e empurrar (Renato) a bola para o gol nessa ordem.

E aí as críticas pipocam por todos os lados. A principal reside no fato da equipe ter treinado muito e jogado pouco, o que teria escondido essas deficiências que agora, são gritantes e lançam mais dúvidas sobre a qualidade técnica do grupo. Ouve-se de tudo, desde que “Fulano é jogador de série B” até “graças que Sicrano vai embora”. O fato é que todo mundo fica com a pulga atrás da orelha e, em muitas análises, esquecem-se de pesar algumas coisas importantes. A primeira que eu destaco, refere-se ao time do Cruzeiro, que vinha simplesmente de uma acachapante vitória contra o Goiás. Não é uma equipe frágil sem poder de reação. Muito pelo contrário, eles é que sentiram ter perdido dois pontos contra nós, o que ficou bem claro na entrevista de Marcelo Oliveira, que não foi nada sutil ao lamentar o ocorrido. Reconheceu os erros de sua equipe, mas lamentou. A segunda, diz respeito ao fato de termos jogado em campo neutro contra o Flamengo. A torcida deles para quem como eu viu o jogo pela televisão, parecia no mínimo ter dividido o estádio com a nossa. Isso mexe com a ambientação da partida. Tenho certeza de que se é na Arena, ganharíamos por um placar até mais elástico.

Outra crítica pesada é dirigida ao treinador, que parece não conseguir ajustar a equipe com substituições, além de levar para o jogo caras que vem entrando muito mal. A experiência de Paulo Baier vem sendo deixada de lado, em um jogo onde tocar a bola, cadenciar o ritmo da partida, ou mesmo aproveitar uma bola parada poderiam ser armas fundamentais para resolver uma partida. Paulo Baier não entrou e o resultado não veio em nenhum dos dois jogos. “Parece faltar vivência prática ao teórico do futebol”, dizem aos quatro ventos os críticos mais ácidos. Outros com a veia do pescoço dilatada, dizem que a “responsabilidade é de quem mantém o cara lá” e até o Delegado coleciona desafetos que pedem a saída imediata dele do Clube.

Enfim, há muitos lugares onde podemos achar Wally. A questão é fazer isso rápido, para que não entremos na Copa das Confederações abraçados com a zona do rebaixamento, achando que vamos nos recuperar, que vai dar tempo, que o grupo é bom e por aí afora. A experiência recente mostra que esse tipo de expectativa não dá muito certo.



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