Ana Flávia Weidman

Ana Flávia Ribeiro Weidman, 41 anos, é servidora pública federal e já veio ao mundo comemorando uma vitória rubro-negra. É perdidamente apaixonada pelo Furacão e fica com os olhos marejados toda vez que vê o time entrando em campo e ouve os primeiros acordes do hino atleticano!

 

 

Espírito de campeão

14/05/2013


A molecada fez a parte dela. Dentro de campo fizeram valer os 90 minutos jogando com vontade e honrando a camisa rubro-negra. Por isso merecem o nosso respeito e o nosso aplauso. Tal feito, entretanto, não muda o fato de que alguns garotos não têm bola pra jogar no Atlético. São homens de caráter, é verdade, mas muito limitados tecnicamente. Por outro lado, bons nomes surgiram, dos quais destaco Hernani e Douglas Coutinho.

No segundo turno do Paranaense vivemos uma pequena euforia com a piazada e foi muito massa vê-los colocar medo, muito medo, na coxarada. Tal euforia, no entanto, só escancarou ainda mais o desdém com que o clube estava tratando tanto o clássico Atletiba como o campeonato estadual. Cansamos de ver em campo times sem o menor tesão em vestir a nossa camisa e sem a menor ideia do que representa para nós, torcedores, vencer o coxa.

Assim, quando vimos a garotada com sangue nos olhos, nos identificamos com cada um daqueles meninos que fizeram o que se espera de homens de verdade: que lutem até o fim, porque perder ou ganhar é do jogo, mas a vontade de vencer não pode faltar nunca.

Aliás, essa vontade de vencer parece ter se perdido em algum lugar. Como disse, o sub-23 foi brilhante! Mas essa postura que toma conta dos nossos dirigentes me incomoda. Nem precisava repetir, mas desde 2006 temos feito campanhas pífias. Temos que assumir a responsabilidade pelos nossos erros e parar de colocar na conta do “sacrifício para terminar a Baixada no padrão FIFA” todos os nossos insucessos. Se é verdade que estamos progredindo em diversas frentes, especialmente a patrimonial, aquela que mais importa – futebol, vai muito mal. Reconheço o que tem sido feito de bom, mas não sou ingênua a ponto de achar que os nossos constantes fracassos são motivados apenas pelo investimento em tijolos.

Eu torço e colaboro com o “projeto”, muita embora não consiga compreendê-lo em toda a sua magnitude. Mas confesso que já cansei de tanto sacrifício em prol de um futuro que não chega nunca. O campeonato paranaense é fraco e todo aquele blábláblá, porém faz parte da nossa história. E é o único título que efetivamente temos a chance de conquistar, todavia, ano após ano, o desprezamos sob o argumento de que gostaríamos de disputar uma Sul-Minas, que a arbitragem nos prejudica, que a FPF já definiu o campeão, etc.

Eu também sonho com objetivos maiores e é por isso que sou sócia do Atlético desde 2005. Acho medíocre o certame local, mas penso que enquanto os alvos gigantes não podem ser atingidos, seria ótimo acumular títulos estaduais, enriquecendo a nossa história e fortalecendo a nossa marca dentro do Paraná. Domingo senti a derrota, embora soubesse o quão improvável era uma vitória. Desculpem se não consigo me acostumar em perder pros coxas e muito menos se não me contento com desculpas pra lá de esfarrapadas.

Enfim, feito o desabafo é hora de olhar pra frente! Que 2013 nos traga boas surpresas dentro das 4 linhas, porque no fim, é só isso que importa!


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