Alexandre Sugamosto

Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.

 

 

Razão e emoção

13/05/2013


A tarefa de escrever uma coluna após uma final é sempre ingrata. Embora busquemos a análise objetiva e os fatos puros, sempre acabamos nos deparando com a inevitável emoção de torcedor. O lado emocional nos diz que não podíamos perder mais uma final, que é vergonhoso ser vice novamente, que estamos deixando passar ótimas oportunidades de ganhar o primeiro título do ano. É a emoção quem vibra com Zezinho metendo os dedos na cara de um arrogante capitão coxa-branca e é ela quem nos faz pensar que ontem poderia ter sido o dia de azar do falastrão Escudero.

Por outro lado, não somos totalmente passionais. Há uma parte em cada um de nós que pensa no ‘grande projeto’, no retorno da Arena, que nossos rivais vão mal, afinal ganharam de um time C, que o time sub-23 honrou nossa camisa... os pensamentos não param. É impossível decidir de que lado ficaremos. Seria mentiroso o atleticano que dissesse que ontem, mesmo com o time aspirante, não desejava a taça do rural. Seria hipócrita todo aquele que afirmasse que ‘está tudo bem, perdemos, mas fomos valentes’. Queríamos, sim, derrubar os ervilhas no pinga-mijo. Estamos engolindo o título de ‘campeões morais’ em nome do Projeto.

Futebol, feliz ou infelizmente, é feito de gols e vitórias. A emoção segue dizendo que ‘temos que começar a vencer’, mas a razão pondera: ‘os oponentes sofreram e vão amargurar triste futuro’.

O torcedor atleticano está no limbo: se ousar criticar a equipe é rotulado de traidor e se elogiar muito é considerado lunático. Com emoção ou com razão, o fato é que a taça desse ano não está na Arena da Baixada. É cedo, no entanto, para desistir. Vamos ver o que 2013 ainda nos reserva.

Pra cima, Furacão!


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