Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

O céu é o limite!

04/05/2013


Será mesmo que o céu é o limite para um desacreditado finalista do Paranaense?

Os que acreditam nas teorias conspiratórias, pensam que tudo foi meticulosamente desenhado pelo adversário, para construir a “sua final”. O Atletiba e o jogo contra o Tubarão, fariam parte de uma criteriosa análise feita pela Comissão Técnica verde, comandada por Marquinhos, onde enfrentar o Londrina seria muito mais complicado do que jogar contra o Sub-23 do Furacão. O fato da segunda partida ser em Londrina e pela experiência da equipe do interior ser muito maior, seriam complicações mais difíceis de serem superadas. Levar o Atlético à decisão, portanto, seria muito mais confortável.

Eu não acredito em conspirações e sim nos méritos do Sub-23. Seria demais uma coisa assim acontecer nos dias de hoje. Fico com a posição manifestada por um dirigente do Paraná, dizendo que se isso acontece no futebol, ele “iria para casa e pararia com o futebol”.

Outros ainda que minoria, além de não acreditar em bruxas, pensam que jogar contra o nosso Sub-23, pode ser um tiro no pé. Os atleticanos, turbinados pela juventude de Douglas Coutinho e seus companheiros, tem as condições necessárias para virar a mesa, derrotando a experiência de Alex, Rafinha e seus companheiros, a maior parte deles com muito mais vivência no mundo futebol. As ameaças de Rafinha, por exemplo, fazem parte do tempero do jogo. Uma língua e um futebol afiados, que demonstram segurança de quem sabe ser capaz de fazer a diferença em um jogo contra os neófitos da bola, alguns debutando em uma final. Rafinha parece ter a certeza de que banca sua aposta, sem medo de nada num “já ganhou” como há muito não se via no futebol paranaense. Lembrando da vitória atleticana, as entrevistas verdes depois do Atletiba foram todas bem comportadas, desde David até técnico, excetuando Rafinha, o único que parecia realmente não ter gostado do resultado. Quem ouviu entende o que estou escrevendo.

Há também uma relativa cautela da imprensa esportiva, escaldada pelo fato do Sub-23 estar na final. É a mesma que anda às turras com Petraglia, que joga na bola de segurança, apontando o rival como favorito, em especial pela segunda partida ser no Couto Pereira. As lições recentes do futebol mundial, onde quem fez o primeiro jogo fora de casa amargou eliminações, não são suficientes para que ninguém aposte em “surpresa”. Na verdade, acham até natural a vitória verde, embora com a justificativa de que em um clássico “tudo pode acontecer”, mantenham uma porta de saída para não decretar o título verde na véspera.

Realmente acho que já somos vencedores, de forma independente do título. Chegamos até aqui com um grupo desacreditado, por mim e pela maior parte da torcida, que aos poucos foi se cacifando, ganhando credibilidade, força, fazendo gols e mostrando que poderia chegar à final, depois de um primeiro turno desastroso. Ninguém passou a sentir falta do time principal, em especial depois da vitória no Atletiba, compreendendo que o direito de estar em campo nessa final, ganhando ou perdendo, é única e exclusivamente desse grupo e de ninguém mais. Somos vencedores também pela valorização desse elenco, que já ganhou valor muito superior ao do início do campeonato. Se os atletas são um dos ativos do Clube, houve um claro crescimento do valor de cada um deles no mercado. Se o Atlético cedeu para que a final fosse transmitida, deve ter havido um acordo favorável, benéfico ao Clube, sem que seja necessário que os números venham à público. O fato é que não teria sentido passar por um desgaste terrível para depois ceder “por nada”.

Vamos cumprir o nosso papel nas arquibancadas. Se alguns dizem que nos falta experiência, vamos compensá-la com a magia dos nossos gritos de guerra; se dizem que nos faltam os quilômetros rodados e experiência internacional, vamos igualar o jogo na força, na juventude e na determinação. Não pode haver bola perdida, provocação sem resposta e dividida sem força. Sem medo de perder nada pode superar a nossa vontade de ganhar. É isso que espera uma torcida apaixonada, que sofre por estar fora de casa, sem o seu estádio, sem a maior parte de seus soldados, que foram uma legião de apaixonados pelas cores do Furacão. Cada um que vai estar lá, representando outros tantos que verão o jogo pela TV, ou vai estar ligados no rádio. Unidos cada voz vai se tornar mais forte, para que juntos, todos se tornem o nosso décimo segundo jogador.

Boa sorte a cada um de vocês, caros jogadores. A resposta de vocês as nossas críticas, veio dentro do campo. Joguem como nunca. Depois do céu tem um bilhão de estrelas para vocês colocarem no peito.


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