Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

Acertos finais

05/04/2005


O Atlético na temporada 2005 ainda procura seu ponto de equilíbrio. Este início de ano foi marcado por bons e maus momentos, com o time oscilando muito e o novo treinador buscando um esquema de jogo ideal. O esquema tático normalmente foi o 3-5-2, mas com diversas variáveis. Já foram testados o Cocito na zaga, o Fernandinho e o Fabrício nas alas, a engessada escalação com três zagueiros e dois volantes de contenção e até mesmo um meio com apenas um volante e dois meias ofensivos. O 4-4-2 também foi testado, mas este esquema considero superado e burocrático, apesar de ser uma boa opção para a escalação de dois meias ofensivos no mesmo time.

A minha preferência há muito tempo é o 3-5-2, que não é um esquema de jogo estático e possibilita ao treinador e jogadores uma série de variações táticas através da exploração dos alas. Por isso entendo proveitosa a escalação do Fernandinho na ala direita. Desta forma, o talentoso jogador pode confundir o esquema defensivo adversário atacando tanto pela direita como pelo meio ou pela esquerda. O Atlético ganha um trunfo, além de contar com outro meia de criação, no caso o Evandro ou o Fabrício, que atravessa boa fase. No entanto, para o 3-5-2 funcionar, o meio de campo deve contar com três jogadores que não joguem em linha: um volante de marcação, um segundo volante responsável tanto pela marcação como pela armação e um meia de criação. Os alas ocupam espaço tanto na zaga, no ataque ou no meio, ao lado de qualquer um dos três jogadores da posição. A função do ala certamente é a mais sobrecarregada, podendo e devendo auxiliar qualquer um dos outros jogadores, exceto o goleiro, obviamente.

Com este esquema, o Atlético foi campeão e vice brasileiro e a seleção nacional conquistou o pentacampeonato mundial. O treinador Luiz Felipe Scolari acertou a seleção brasileira quando sacou do time titular o meia Juninho Paulista e apostou em Kleberson na função de segundo volante. Somente desta forma o 3-5-2 passou a funcionar com qualidade. No Atlético a fórmula deve ser esta! Um esquema com três zagueiros, um volante e dois meias é muito vulnerável e não funciona, pois a bola dificilmente chega com qualidade aos meias. Na véspera da decisão do Campeonato Paranaense e das partidas decisivas da Libertadores da América, acredito que o treinador Casemiro Mior já entendeu isso e saiba como escalar o time para estes jogos. Chegou a hora do time render o máximo, destruir o rival e garantir a vaga para a segunda fase da Libertadores da América, estreando no Brasileiro com a moral alta e com o merecido status de concorrente ao título.

Quando o Atlético entrou em campo com Alan Bahia (volante), Fabrício e Fernandinho (meias) no primeiro tempo em Londrina, não foi bem. O time engrenou quando o Fernandinho ficou mais solto e passou a apoiar o ataque. Jogando ao lado de Fabrício no meio, naturalmente o Fernandinho irá ajudar a marcação, pois é um jogador responsável taticamente e desta forma seu rendimento ofensivo poderá ser prejudicado, como em várias partidas em 2005. Quando o time entrou com dois volantes de contenção e apenas um meia de criação (no segundo jogo da semifinal) ficou engessado e sem nenhuma criação, pois a bola não chegava no sobrecarregado Fabrício. Acertou quando Rodrigo Souto entrou e estabilizou o meio de campo atleticano. Por isso, entendo que o Atlético deva ser escalado nos próximos jogos com três zagueiros (Danilo, Baloy e Marcão), um volante de marcação (Alan Bahia), um segundo volante (Rodrigo Souto ou Ticão) e um meia armador (Fernandinho, Fabrício ou Evandro - se o primeiro jogar de ala). Na pior das hipóteses, pode ser escalado no 4-4-2 com dois zagueiros, dois volantes (Alan Bahia e Cocito) e dois meias (Fernandinho e Fabrício ou Evandro), mas este esquema não me agrada. Variações durante a partida são possíveis e obviamente o treinador pode colocar três atacantes ou qualquer outra opção alternativa para modificar o panorama de uma partida complicada. Apenas o básico, para que possamos ter muitas alegrias neste mês de abril!


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