Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Copo meio cheio

05/04/2013


Papo de boteco, copo pela metade: copo meio cheio ou copo meio vazio?

Depende. Depende do que? Do ponto de vista, claro. Para os mais entusiasmados e mais esperançosos, copo meio cheio. Para os desabastecidos de esperança e os que não enxergam muita luz no fim do túnel, copo meio vazio.

A vida é assim. Nos apresenta dois cenários: podemos ser otimistas ou podemos ser pessimistas. Questão de ponto de vista. Não há certo, nem errado. Apenas pontos de vista. Hoje em dia é perigoso demais essa tal questão de ponto de vista para o torcedor atleticano. Se o cara é otimista, é petraglista. Se o cara é pessimista, é corneta. Aliás, essa história de divisão dentro do próprio clube, seja divisão política ou de qualquer outra natureza, já encheu o saco. Perde-se muito tempo com blá-blá-blá e o futebol, obviamente, fica de lado. Atleticano já olha de canto de olho para o outro atleticano, como se o petraglista fosse um puxa-saco e o antipetraglista fosse um revoltado. Tudo atleticano, tudo gente boa. É preciso com urgência parar com essa mania chata de distorcer as coisas.

E o Atlético da estreia da Copa Do Brasil? Foi o Atlético do copo meio cheio ou o Atlético do copo meio vazio?

Iniciei o texto com este tema pra dizer que gostei do Atlético em seu primeiro jogo do ano. Vi e ouvi muita gente reclamando e dizendo que continuamos com o mesmo futebol, fraco e desqualificado. Percebi muitos atleticanos decepcionados com a estreia. Será realmente que esses atleticanos não conseguiram enxergar nada de positivo no jogo contra o time de Pelotas?

De fato não foi um espetáculo de jogo, até porque sabíamos que a proposta de jogo do time gaúcho era avassaladora, pelo menos no aspecto “vontade”. E o Atlético, percebendo isso, também utilizou a força física e a marcação forte como grandes virtudes durante o jogo. Não há, muitas vezes, necessidade de se fazer bonito, desde que o propósito seja a conquista. O que não se pode é fazer feio, sem interesse e sem pretensões. E tantas e tantas vezes, durante os últimos anos, exigimos um time que tivesse, ao menos, espírito de luta. E me desculpem os torcedores do copo meio vazio, mas isso sobrou ao nosso Atléltico na estreia.

Além da doação dentro de campo, também percebi outras virtudes. Gostei da segurança do goleiro Weverton, da energia característa do Deivid e da postura do zagueiro Luiz Alberto. O meio campo, embora não tenha conseguido tocar a bola com tranquilidade devido ao próprio desenho do jogo, também foi bem, prova disso é que nosso meio conseguiu jogar “mais” no segundo tempo com a redução do ritmo de jogo e o desgaste físico do adversário. Manoel dispensa comentários e Douglas Coutinho deve conquistar naturalmente seu espaço no elenco principal. Everton e Fran Mérida foram as gratas surpresas, as tais contratações de qualidade que tanto cobramos da diretoria.

Não eliminamos o jogo da volta, mas vencemos o jogo de ida. Não temos do que reclamar. Se não pudemos perceber uma evolução do time do final do ano pra cá, pudemos ao menos perceber que será um ano diferente. Estou convicto de que vamos avançar a próxima fase da Copa do Brasil e não vamos nos preocupar com rebaixamento no Brasileiro deste ano. Este é o primeiro passo, é o mínimo que pretendemos, mas estou muito confiante que 2013 será bem melhor.

O Atlético, em seu primeiro jogo do ano, na minha opinião, foi um Atlético do copo meio cheio!


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