Michele Toardik

Michele Toardik de Oliveira, 44 anos, é advogada, mãe, sócia ininterrupta há mais de uma década e obsessivamente apaixonada pelo Furacão. Contrariou as imposições geográficas, tornando-se a mais atleticana de todas as "fluminenses". É figurinha carimbada nas rodas de resenha futebolística, tendo como marca registrada a veemência e o otimismo incondicional quando o assunto é o nosso Furacão.

 

 

Mais uma de amor

26/03/2013


Minha amiga Ana Flavia Weidman descreveu com maestria as diferenças práticas existentes entre a paixão e o amor, assim como nos fez refletir sobre o quão híbrido é o sentimento dos atleticanos, sobretudo porque ele reúne os sintomas daquelas paixões arrebatadoras com os requisitos essenciais para uma convivência perene.

Depois da referida coluna, pensei que não teria assunto para abordar, mas me dei conta que num dia especial como o de hoje, não dá pra fugir dessa temática amorosa, sentimental, cheia de clichês, piegas e exagerada, porque no fundo o Atlético é isso: puro sentimento e sentimento puro!

Pois bem, já que é pra ser verdadeira, falar de sentimento, também falarei de amor e inicio declarando o quanto EU AMO O CLUBE ATLÉTICO PARANAENSE! Amo, amo muito, de todo o meu coração. Sem limites, sem senões, sem condições.

Amo tanto que não me importo em ser demasiadamente romântica, de parecer obcecada/neurótica para aqueles que não gostam de futebol, de ser uma revolucionária para aqueles que não conseguem imaginar uma mulher tão fascinada por futebol, de parecer infantil e insensata por levar tão a sério o meu Clube, louca varrida para alguns e acho que até um exemplo para outros.

Mas na verdade acho que não pareço, devo ser tudo isso quando o assunto é Atlético! Louca, fanática, chata, imediatista, carente, infantil, obcecada, supersticiosa, inflexível, intolerante, arrogante apaixonada... feliz! Em dia de jogo ou de luta, simplesmente me dedico e me entrego a esse amor.

E esse sentimento é tão forte que eu nem preciso que todo mundo me compreenda, mas tenho certeza que muitos sabem direitinho do que eu estou falando!

Seja nas agruras, nos momentos de alegria, na batalha de cada dia, esse amor é motivo de orgulho e a razão pra continuar defendendo essas cores tão maravilhosas.

Fácil seria amar o Barcelona! Difícil é manter o sentimento inabalável depois de uma queda, durante a segunda divisão, ou vendo um ‘Robston da vida’ vestindo o nosso manto. Definitivamente, amar o Furacão não é pra qualquer um!

Mas eu não me arrependo de absolutamente nada do que já fiz em razão desse amor ao Furacão. Choraria, viajaria, tomaria chuva, compraria novamente todas as camisas, manteria meu lugar na Baixada, faria as mesmas amizades, assistiria a todos os jogos que já assisti, passaria raiva e comemoraria todos os gols que tive o privilégio de comemorar, assim como comemorei o quase papa ou cada TT que a gente emplacou. Sério, faria tudo de novo, só não trocaria por nada nesse mundo as delicias desse desassossego que só o Furacão me proporciona!

Esse amor incondicional, que não é só meu, mas que reside no coração de cada atleticano que comemora hoje os 89 anos de existência do nosso Furacão jamais dependerá de algo ou de alguém, não se abalará diante de uma má fase, nem em razão do estádio em que se joga, do nível do time que está em campo, do Presidente, da chapa, da modalidade de sócio a que pertence, da distância física ou da idade.

Não adianta, não existem critérios para distinguir, para quantificar ou qualificar esse nosso amor, somos ATLETICANOS, o amor é consequência!


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