Ana Flávia Weidman

Ana Flávia Ribeiro Weidman, 41 anos, é servidora pública federal e já veio ao mundo comemorando uma vitória rubro-negra. É perdidamente apaixonada pelo Furacão e fica com os olhos marejados toda vez que vê o time entrando em campo e ouve os primeiros acordes do hino atleticano!

 

 

Amor e Paixão

26/03/2013


Em sempre invejei o sentimento que nos uniu e que permanece conosco até hoje. Desisti de tentar entender tanto amor e nunca ousei explicar para alguém que não partilha do mesmo privilégio, a grandeza que é ser atleticana!

Dos seus 89 anos, quase 30 estamos juntos. Não é pouca coisa! E dentre tantas as cenas marcantes que vivemos, uma não me sai da cabeça. Não era eu a protagonista, mas lembro que foi um dos dias que eu mais me emocionei numa arquibancada. Foi em 1998. Não era na Baixada, era o Pinheirão. Último jogo daquela melhor de três que decidiria o campeão paranaense. Eu e toda a família ao lado do Atlético. Em nossa frente, três senhores. Deviam ter mais ou menos uns 65 anos cada um. Pois, então. Logo que aquela falta do Dedé estufou a rede dos coxinhas e o jejum de títulos estava prestes a ter um fim, esses três atleticanos se abraçaram e começaram a chorar. E choraram feito criança por muito tempo! E juro que só de lembrar mais uma vez dessa cena, meus olhos enchem de lágrimas.

Nunca me esqueci daqueles senhores atleticanos. E embora tenha visto outras tantas demonstrações de amor pelo Atlético durante a vida, nenhuma me marcou tanto como aquela.

Que amor é esse que sentimos pelo Atlético? Por que é que eu me emociono só de ouvir os acordes do nosso hino? “E a camisa rubro-negra só se veste por amor”. E pisar na Baixada? Eu sinto saudades de estar ali, de andar pelos corredores, de lembrar que vivi tantos bons momentos na reta do ginásio, nas tubulares, na curva da Madre Maria...

Dizem por aí que a paixão mais cedo ou mais tarde acaba. E depois disso dá lugar a um amor maduro e responsável, que é o cordão que sustenta amizades e casamentos mundo afora. Mas com você, Atlético, não é assim. Há quase 30 anos que sou perdidamente apaixonada por você ao mesmo tempo em que sinto um amor inexplicável! Basta um jogo mais decisivo ou a expectativa de voltarmos para a Baixada, que o coração já acelera, a boca fica seca, o estômago dói, o apetite desaparece e o sono vai embora. Isso é estar muito apaixonada!

Mas não é só isso! A fase não é boa, mas continuamos juntos. Pego a estrada e viajo só para te ver e estar ao seu lado. Invisto tempo, deixo os amigos de lado, peço favor ao chefe – “posso sair mais cedo?”, faço o impossível para estar na arquibancada, que é o meu lugar! Isso é amar demais!

E é assim que quero terminar os meus dias com você! Curtindo esse amor que não tem explicação e sentindo a paixão renovar-se a cada temporada! Obrigada por tudo que você me trouxe e que me proporciona! Espero ter a honra de, assim como meu pai fez comigo, transmitir aos meus filhos a alegria que é te amar, Clube Atlético Paranaense!



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