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Rodrigo Abud
Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.
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Após mais de 50 dias volto a escrever. O caro leitor me permita uma correção: não volto a escrever, venho para um desabafo.
Não tive condições de ir ao Janguitão acompanhar a vitória Rubro-Negra contra o Toledo, mas em casa pude ouvir o jogo a partir dos 20 minutos do segundo tempo. O que seria um momento de prazer, do contato mesmo que distante com clube tornou-se algo sem sal, quase amargo.
Para ser sincero estava apenas ouvindo o jogo, não estava sentido o jogo. Voltei no tempo quando parava para ouvir aos jogos do Atlético uma hora antes do inÃcio da partida e somente desligava o rádio após o fim da jornada. Hoje (ontem) foi diferente, após o apito final o rádio silenciou-se.
Enganam-se os que pensam que é em razão da dificuldade ou limitação em ouvir algo dos jogadores e da comissão técnica. Na verdade isso não me importa. Me confortaria apenas em saber que em campo estava um time de RAÇA, que indiferente da qualidade técnica vai dar a vida pela camisa do Furacão, porém isso não acontece...e não é de hoje.
Prestes a completar 89 anos de vida vejo um Atlético opaco. Sua vibrante torcida hoje está distante, muito em razão do que o clube fez com ela maltratando-a nos últimos 5 anos e nunca é demais lembrar que a paciência demorou para se esgotar.
Tantos foram os alertas de que o clube deveria conduzir o futebol da maneira mais profissional, mais planejada, que se ao final do Campeonato Brasileiro da série A formos rebaixados isso não será surpresa. Alertamos, pedimos e imploramos por mudanças, mas o pedido sai mudo, o grito de revolta sai abafado.
Não faltarão torcedores que evocarão o bem maior da Copa na Baixada para o fracasso em campo, aqueles que se confortam em ver o Atlético sem rumo, por um motivo que já cansou o torcedor, apenas comprovam que o clube mudou. Que estamos a cada dia que passa deixando de ser um clube com uma história diferenciada para ser apenas o maioral do superávit.
Sonho em rever o meu time de coração enchendo seu torcedor de alegria, mesmo nas derrotas. Sonho com o momento que indiferente de onde estejamos jogando tenhamos prazer em ver e ouvir o jogo. Sonho apenas em ver o meu Atlético, o seu Atlético, o time que te maltrata, mas que você jamais vai abandonar.
Hoje infelizmente nós torcedores estamos abandonando quem tanto fez por nós, com uma sensação de culpa, com uma ponta de dor no coração, esse é o grande prejuÃzo para quem esqueceu completamente quem deveria ser sempre lembrado.
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