Alexandre Sugamosto

Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.

 

 

Apostar na base

08/03/2013


O panorama atual do futebol nacional não deixa dúvidas sobre a importância da formação de jovens talentos. Grandes clubes, como o Santos e o São Paulo, fizeram as maiores transações do ano utilizando-se de promessas que, em maior ou menor grau, se tornaram realidade dentro do esporte.

O Atlético também já teve bons momentos com jogadores formados nas categorias inferiores e basta lembrar do pentacampeão Kleberson para que nossa memória se inflame de boas recordações. De 2006 para cá, no entanto, algumas mudanças políticas acabaram transformando o Furacão em uma equipe sem expressão no que diz respeito aos novos talentos. Foi marcante nesse sentido, e digo isso sem querer promover uma desnecessária exumação, a atuação da diretoria de futebol no período Malucelli: a base foi sucateada e o clube disputou campeonatos inteiros com jogadores emprestados, refugos, ex-ídolos repatriados e outros párias futebolísticos que não dignos de menção (mas a torcida jamais esquecerá da dupla de volantes Robston e Ale ou do eterno lateral Lisa que já jogou por todos os clubes do Ruralzão). Não havia espaço para novos destaques no reino das tiriças.

Com a eleição de MCP e a chegada do técnico Carrasco, o Atlético voltou a utilizar jogadores formados no próprio clube e chegou até a fazer boa figura, ganhou o primeiro turno do Rural, com o jovem elenco. É preciso, no entanto, criar uma cultura futebolística de base e, conforme já disse Ricardo Drubscky, copiar no que for possível os grandes clubes formadores. É nesse sentido que permanece aberta a questão, já debatida, sobre o sub-23. Conforme disse a colega Flávia Weidman:" A ideia por trás do sub-23 é muito boa, mas a execução precisa de alguns ajustes. Já se passaram 10 partidas em que o Atlético entrou em campo com algumas jovens promessas e outros atletas de “ruindade” já consagrada. O resultado não poderia ser pior: apenas duas vitórias e jogos sofríveis. Mesmo levando em conta que são garotos em campo, ainda assim, tendo em vista o nível tão baixo do campeonato, esperava-se um pouco mais."

E nao há que se iludir com a permanência das promessas: dentro da realidade do mercado futebolístico elas irão, cedo ou tarde, servir como impulso financeiro para o clube. É preciso, portanto, cuidar bem de nomes como Deivid, Cleberson e Harrison. A prata da casa ainda é nosso bem mais precioso.

Quero aproveitar o espaço e mandar um abraço para o amigo 'capgigantista' João Gabriel Ribeiro. Por conta das boas conversas com ele é que ainda acredito no diálogo inteligente entre partes discordantes.


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