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Jean Claude Lima
Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".
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Heróis, vilões ou renegados?
23/02/2013
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Amanhã tem Atletiba. O mais atípico da história do clássico nesse século, pelo fato do Atlético mandar para a casa do rival, o time considerado sub-23. É quase como mandar jovens para um sacrifício ou de maneira improvável, para a glória. Se perderem, confirmarão as expectativas gerais, já que o rival é o favorito. Se vencerem, entram para a história do Atlético, de forma eterna. Cada um desses jovens jogadores quando entrar em campo deve saber disso. A vitória será lembrada por muitos e muitos anos e o artilheiro, lembrado para sempre, como é Viola até hoje no Corinthians, Anderson no Grêmio pelo gol na Batalha dos Aflitos, Renato Gaúcho pelo gol de barriga contra o Flamengo pelo Fluminense ou para mim, em especial, o penalti que Lima bateu e nos deu o título do Paranaense. Os adversários tem um time mais experiente, com o genial Alex, o rápido Rafinha e outros jogadores rodados. Nós teremos a juventude na flor da pele. Se tivesse a missão de dizer alguma coisa, diria para os nossos jogadores para que sejam irresponsáveis e abusem da ousadia, pois não há nada a perder e nem temer. É a chance de provar que os chamados “meninos” viraram “homens”, capazes de superar qualquer dificuldade por maior que ela possa parecer e que o imponderável pode bater a porta de qualquer um, já que nem sempre no futebol o favorito é que vence. Quem sabe não é o dia de Douglas? E se Zezinho jogar e estiver inspirado?
De qualquer modo o Atletiba já foi mais especial do que é hoje. Sim, já que o jogo sempre foi repleto de curiosidades, fatos inusitados, acusações feitas por ambos os lados, conflitos e muito pouca solidariedade. A rivalidade sempre prevaleceu na aldeia e tivemos disputas onde o bom senso foi jogado na lata do lixo, como, por exemplo, no Atletiba onde fomos obrigados a ficar no gol dos fundos do Couto Pereira, com a torcida do Coritiba acima de nós, jogando pedras, tijolos e o que mais houvesse ao alcance das mãos. Se o portão que dividia as torcidas tivesse caído, como tentou fazer um grupo de atleticanos, poderíamos ter sido testemunhas de uma grande tragédia no futebol brasileiro. Tenho um amigo que se não morreu como o garoto boliviano no jogo da Libertadores, carrega até hoje no rosto as marcas daquele dia.
Nunca houve uma análise mais profunda de quando e onde isso começou, mas o fato é que precisa acabar. Não somos bárbaros e nem selvagens, ou pelo menos não deveríamos ser. Cada um de nós conhece muitos torcedores que não são atleticanos. Muito deles tem laços de família e conheço inúmeros exemplos, começando por mim que tenho um irmão que torce pelo rival. Amo meu irmão e não vou deixar de gostar dele por conta do péssimo gosto futebolístico.
Quando ódio prevalence sobre a rivalidade, chegamos perto de um estado patológico, que gera violência nas ruas da cidade, conflitos em terminais de ônibus e pelos bairros, enfim, a cidade fica doente quando deveria estar vivenciando a disputa de forma sadia.
Tenho saudades do tempo quando o estádio era dividido quase de forma igual para as duas torcidas, o que hoje é algo impossível de acontecer. Os critérios mudaram e as equipes mandantes sabem da importância de jogar em casa, com o apoio da torcida
Acrescida a batalha da bola, temos a batalha da mídia. O Atlético deve anunciar novidades nos próximos dias, estabelecendo parceria com uma rádio disposta a pagar o preço ou pelo menos se adequar as exigências estabelecidas pelo Clube. Quanto mais transparente for o acordo, melhor será para consolidar a política implementada e o tempo, senhor da razão vai mostrar quem está, esteve ou estará certo na pelea. Teremos todo o segundo turno para analisar se a empreita vai ter sucesso. Estou curioso para ver a repercussão do fato nos demais veículos paranaenses. Quem viver verá.
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