Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Teimosia

22/01/2013


Poderia falar da teimosia da direção em brigar com tudo e todos. E até teria seus motivos, mas a forma que faz é sem concatenação, é chutando geral, atirando pra todos os lados e prejudicando não sós os bons (e raros) profissionais da imprensa como especialmente seu próprio torcedor, vítima e refém da falta de informações que não as oficiais.

A teimosia é também em colocar em campo um time “B”, quando na verdade mal temos um pra chamar de “A”. Ou alguém acha que o time que ficou em 3º lugar na segundona tem cacife superior a não ser o de lutar para ficar entre o 12º e 16º lugares no Brasileiro, fazer mais do mesmo na Copa do Brasil, ainda mais levando-se em conta que a partir de agora ela também reunirá os melhores times do país?

Falando em time “B”, Expressinho, Furacãozinho ou Sub-alguma coisa, ele não se justifica se o time principal não está disputando um torneio mais valorizado. É algo completamente diferente ter um time secundário enquanto seu principal disputa uma Sul Minas, uma Libertadores por exemplo e por isso necessita de mais tempo para a pré-temporada e para a formação de um time mais bem preparado. Um time carente de títulos nos últimos tempos, que vem maltratando e judiando a própria torcida com uma sucessão sem fim de erros no futebol, não deveria abrir mão da única chance efetiva de levantar algum caneco como é o estadual. Nos últimos dez paranaenses, vencemos somente dois, extremamente pouco para quem promete ser GIGANTE, dar voos mais altos e se vangloria de toda a estrutura construída ao longo do tempo.

Por fim a teimosia da qual poderia falar é a de manter no elenco jogadores que sabidamente nunca corresponderam. Não à toa, os menos ruins diante do frágil Rio Branco foram o já testado goleiro Santos, o novo mas rodado Bruno Costa na zaga e o multifuncional Pablo, jogador que só atuou no sacrifício em 2012 e que jogando na sua mostrou mais uma vez qualidades. Há alguns que são “coco que não dá mais água”. Todo mundo sabe que Renan e especialmente Heracles não apresentam as mínimas condições de jogar futebol profissionalmente, mas continuam teimando em lhes dar a camisa que só se veste por amor, irritando o já irritado torcedor atleticano.

E essa teimosia pode levar à queima de eventuais bons valores que possam surgir. Já lembrei inclusive para a direção do clube, que um de nossos mais importantes jogadores, o meia Kleberson, paranaense de Uraí, formado dentro do CT do Caju entrou aos poucos, foi lapidado, dividiu concentração com Sandoval e Axel, jogadores que tiveram passagens consistentes por times grandes, ouviu, aprendeu, foi pouco a pouco sendo moldado para depois de três anos se tornar o camisa 10 e titular do Campeão Brasileiro de 2001 e depois meia titular da Seleção Penta Campeã do Mundo.

Jogar jovens às feras como está sendo feito dificilmente trará algum benefício ao clube, mas a teimosia impera.

Teimosia mesmo é do torcedor atleticano. Domingo de sol, praia, tempo lindo e firme, clube limando seu torcedor, seu sócio, seu seguidor de informações, time “B”, adversário fraco, ou seja, vários ingredientes que poderiam nos impedir de ir ao jogo. Mas assim como eu, outros quatro mil e poucos torcedores não pensaram duas vezes, não titubearam um segundo sequer e rumamos para o simpático, mas precário Janguitão para sermos “presenteados” com uma atuação muito ruim e sem tesão do time.

Porque uma coisa é o time ser ruim, e disso ninguém tinha dúvidas, outra é ver má vontade, é time empatando e dando toquinho pro lado, é ver jogador que deveria dar o sangue por estar disputando uma vaga no time de cima tirar o pé, é ver um adversário passar fácil por dois marcadores para fazer o cruzamento que resultou no gol contra e de empate na partida. Ruindade infelizmente estamos acostumados, calejados pelos sucessivos times medíocres montados a partir de 2006 (nessa brincadeira já jogamos seis anos no lixo), mas falta de gana, de raça e vontade de defender nossa camisa, é demais.

Só persistem os verdadeiramente teimosos. Quero ver até quando vai a minha teimosia!


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