Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 56 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Contra tudo e todos, "habemus Copa"!

15/12/2012


Faz tempo que venho alertando em minhas colunas que nunca temos uma semana tranqüila. Com freqüência o nosso ambiente é tumultuado por questões internas que vem a público, por problemas ligados às questões envolvendo a Copa do Mundo e agora, de forma cada vez mais explícita, também vimos sofrendo com os ataques dos rivais, quer seja por meio de seus prepostos da imprensa, pelos canais oficiais ou ainda pelas figuras de presidentes ou dirigentes.

Nenhuma surpresa nesse tipo de postura. Quando você está em uma disputa de mercado, onde sua posição estratégica está ameaçada pela movimentação de seu concorrente, é claro e natural que você se movimente pela sobrevivência. Ninguém de bom senso aceita ser abatido de forma pacífica, sem lutar, espernear, chorar, ou lançar mão de todos os instrumentos possíveis e imagináveis para manter a posição.

A Copa na Baixada é uma realidade que esteve prestes a se tornar pó, numa terrível e impublicável luta de bastidores, com movimentos e cenários mudando em alta velocidade, o que exigiu dos nossos dirigentes uma dose cavalar de maturidade política e determinação. O fato é que a guerra ainda não acabou. A nota oficial de um dos rivais veio quando houve uma vitória de nossa parte nos bastidores, que não foi em hipótese nenhuma digerida por eles.

E aí é que nós podemos ter a certeza de que vamos precisar fazer sacrifícios. Jogar longe da ARENA não é fácil para nenhum atleticano. Basta ver a importância que teve jogar com a torcida perto, o que tenho certeza, ajudou a trazer a equipe de volta à Primeira Divisão. Não tenho dúvidas de que com nosso estádio pronto, voltaremos a ter uma excelente média de público, o que vai nos guindar a um patamar que jamais experimentamos ao longo da nossa história. Tudo no estádio será especial, desde a gestão até os detalhes de acabamento, iluminação, vestiários, áreas especiais e o teto retrátil. A distância do campo será praticamente inexistente e aqueles que optarem fazer parte da turma do gargarejo, vão ouvir até a respiração dos jogadores.

Acho que voltamos a jogar antes na ARENA. Passo sempre pela obra e vejo como as coisas andam. Não me parece ser coisa do outro mundo o que ainda precisa ser feito por ali. Eu trabalharia nos três turnos, inventaria um quarto, mudaria a duração do dia para 30 horas, enfim, daria um jeito de inaugurar a ARENA o mais rápido possível. É claro que não sou gestor de obras. Mas é o que desejo como torcedor.

Aproveito para desejar boas festas aos meus colegas da Furacão. Se não pude escrever todas às vezes, saibam que enfrentei crises de consciência por isso. Por muitas vezes controlei minhas emoções para escrever com a razão necessária para qualificar o nível do debate, ainda que para isso tenha recebido por vezes umas ofensas daquelas. Faz parte do processo. Quem aceita ser pedra, tem que se acostumar também a ser vidraça. O fato é que me orgulho de fazer parte dessa equipe.

Por fim, divido com a torcida atleticana a alegria de ter recebido o meu melhor presente em 2012. Rodolfo o meu filho já prestes a completar dois meses de vida, é uma benção dos céus para um “pai velho” como eu. Quero ensiná-lo a amar o Furacão, como fiz com minha filha Mariana e como vi meu amigo Cyro Viegas de Oliveira ensinar a filha no Rio de Janeiro. Sensacional.

Aos nossos dirigentes desejo sorte em 2013. Não é fácil governar um Clube com tantas chagas abertas no processo eleitoral, algumas que jamais vão cicatrizar e outras que devemos tentar curar pelo bem do Atlético. No mínimo vamos construir a tolerância entre os tecidos vivos do Clube, caso não desejemos nos tornar um Palmeiras da vida em nossa política interna.

Aos guerreiros amigos do Facebook, continuem firmes na batalha diária por suas posições. Feliz natal e próspero ano novo a cada um de vocês que deram força a essa idéia, que no mínimo já rendeu excelentes amizades.


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