Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Depende

11/12/2012


Como foi o ano de 2012 para o Atlético? Para os otimistas, meio sonhadores foi ótimo. Deu quase tudo certo e o que realmente importa foi o acesso. Para os pessimistas e eternos reclamões o ano na verdade foi ruim, permanecemos na freguesia do rival, ficamos na mesma na Copa do Brasil e subimos por um triz.

Tudo depende.

O time que iniciou o ano não tinha como dar certo. Um misto de recém rebaixados, numa campanha medonha onde passamos 37 das 38 rodadas entre os últimos, a aposta num maluco treinador uruguaio e a eterna volta daqueles que nunca deram certo era a receita para o fracasso. Mas espera...

Depende.

Depende de como você olha a coisa. Jogamos desde janeiro perambulando de galho em galho em busca de um campo para chamar de casa, o Presidente voltou ao clube sob a desconfiança de boa parte da torcida e o eterno ódio da imprensa, colocamos bons jogadores na base no time de cima e mesmo assim chegamos na final do estadual, não perdemos para o sabidamente mais forte elenco coxa e se não fosse a arbitragem que não expulsou Lincoln no início do 1º jogo da final, que não deu um pênalti claro em Zezinho quando vencíamos de 2 X 1 e não permitisse que o gol do horroroso Anderson Aquino fosse marcado em impedimento, poderíamos ter quebrado a hegemonia coxa e vencido o estadual contra um time que logo depois viu o apito lhe prejudicar na final da Copa do Brasil.

A própria campanha do acesso mostra que tudo depende de como vemos as coisas. O time mais estruturado, com muito mais recursos que os outros não poderia ter capengado tanto tempo, levemente flertado com a Série C e ficar até a última rodada com o coração na boca, ouvidos no radinho e subir na base dos critérios de desempate. Entretanto, ainda que tardia, veio a melhora, as óbvias contratações que mereceriam ter vindo desde fevereiro só vieram em agosto, o time engrenou e o novato Drubscky, mesmo com seus inúmeros defeitos, teimosias e vacilos, deu comando a um time que fez campanha de campeão desde a reta final do 1º turno, ainda que a concorrência na B de 2012 tenha sido algo perto do bizarro.

O que se espera para 2013 é que pelo menos os erros que vem se repetindo desde 2006, quando inexplicavelmente o clube passou a valorizar muito mais o acessório que o principal, não se repitam mais. O ano começa em janeiro, não em maio e muito menos em julho, ainda não jogaremos em nossa casa e as campanhas dos mineiros em 2011 e do Palmeiras este ano mostram como é difícil ter que sair a toda hora e a ajuda e o comprometimento do torcedor, verdadeiramente aquele que nunca abandona seu clube do coração, vai permanecer mais forte do que nunca.

Urge o Atlético focar no futebol, viver dele e em torno dele. A estrutura construída na última década e meia, o CT, o estádio, a modernização do clube, se não se voltarem para o futebol, de nada adiantarão, até porque faz anos, que mesmo com toda essa pompa e circunstância o Atlético tem visto seu rival papar a maioria dos estaduais, capenga e na verdade nem sei porque participa da Copa do Brasil e joga o Brasileiro com mera intenção de não cair.

É isso que queremos pro nosso clube do coração?

Aí acho que não depende de nada, não queremos e ponto final.


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