Ana Flávia Weidman

Ana Flávia Ribeiro Weidman, 41 anos, é servidora pública federal e já veio ao mundo comemorando uma vitória rubro-negra. É perdidamente apaixonada pelo Furacão e fica com os olhos marejados toda vez que vê o time entrando em campo e ouve os primeiros acordes do hino atleticano!

 

 

Gratidão

11/12/2012


O Atlético sempre me proporcionou vários privilégios. Vivi momentos inesquecíveis e experimentei sentimentos intensos. Mas, sem dúvida nenhuma, a regalia de desfrutar da amizade de grandes atleticanos é o maior de todos os presentes!

2012 trouxe muito sofrimento, mas também mostrou o quão importante é estar cercado de bons amigos. E é com estes amigos que eu quero ocupar minhas últimas colunas do ano!

Em maio meu pai adoeceu. Foi submetido a uma cirurgia, ficou hospitalizado, iniciou um tratamento desgastante que irá findar nos próximos dias. Tudo isso de uma hora para outra, pegando minha família de surpresa.

E foi no corredor do hospital, por um capricho do destino, uma dessas coincidências divinas, que encontrei o Bigode, um dos grandes atleticanos que tive o privilégio de conhecer! Bigode é meu vizinho de cadeira e nunca tínhamos nos encontrado fora da Baixada. Na curva superior da Madre Maria conheci não só o Bigode, como também seus filhos. Tudo gente muito boa, espirituosa e divertida. Bigode é daqueles que assistem aos jogos de perna cruzada e mão no queixo. Admirador do futebol do Netinho (RISOS), Bigode não perdoa ninguém e arranca de nós muitas gargalhadas enquanto exerce seu sagrado direito à cornetagem!

Não fazia muito tempo que eu tinha tomado conhecimento de que o Bigode era um médico importante. Ali, na Madre Maria, no entanto, éramos apenas atleticanos. E quando nossos caminhos se cruzaram dentro do hospital aquela amizade construída ao longo dos anos deu mostras de que não havia sido em vão.

Bigode não só nos confortou, como nos deu todo o suporte necessário para enfrentar a doença com serenidade. Foi médico e foi amigo. Preocupou-se com meu pai como se fosse alguém da sua família. Eu, meus irmãos e minha mãe fomos abraçados por aquele atleticano com quem tantas vezes comemorei gols.

Não há dinheiro, nem presente, muito menos palavras capazes de demonstrar toda a gratidão que senti pela forma carinhosa com que fui tratada num momento tão delicado. Hoje o pai está fortão, o Atlético na primeira divisão e eu, Bigode e seus filhos fazemos planos para manter a vizinhança quando a Baixada ficar nos trinques.

Num ano em que tantos atleticanos partiram para o confronto por questões políticas, foi bonito experimentar tamanha demonstração de carinho! E olha que num belo dia na porta do centro cirúrgico contabilizávamos os votos que tínhamos dado nas eleições. Eu, meu irmão, Bigode e seus filhos: 6 votos. 3 para cada lado. Simples assim. Sem ofensas, sem insulto, apenas respeito.

Espero estar errada, mas creio que 2013 nos trará ainda mais dificuldades do que este ano que termina. Será necessário, mais do que nunca, estarmos unidos! Juntos somos mais fortes, fazemos a diferença e nos tornamos, praticamente, imbatíveis! E é essa unidade que devemos preservar contra tudo e todos! Porque o atleticano é aquilo que o Atlético tem de melhor!


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