Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Síntese

28/11/2012


Mais um ano se vai e terminamos com um gosto de vitória pelo acesso, ainda mais da maneira como ele foi conquistado. Entretanto, não se pode deixar de analisa-lo pelo todo e em boa parte dele, mais uma vez capengamos.

Por outro lado se capengamos insistindo em erros passados, os consertos foram feitos de uma maneira a qual o clube não vinha pensando, trazendo bons jogadores, não só promessas e nem somente por empréstimo, criando vínculos médios e longos com jogadores de qualidade como Elias e especialmente o fora de série João Paulo. O contestado Marcão se hablasse español seria ídolo, Maranhão e Botelho podem não ser craques, mas de longe são os melhores laterais que temos em anos e os únicos que deveriam ter permanecido de 2011 para 2012 mais uma vez deram conta do recado: Manoel e Deivid de titularidade incontestável e Paulo Baier, que na reserva da Série B mostrou ainda ter utilidade.

No mais resta o aprendizado de que o ano começa em janeiro e não em abril quando temos nos últimos seis anos obrigatoriamente que fazer ajustes e tampouco em agosto, como temos insistido perigosamente às vezes.

Drama

Como bem escrito pela colega Ana Flávia, é incrível como apenas 90 minutos traduziram tão bem o que foi uma temporada inteira. Sentimentos como emoção, alegria, tensão, medo, tristeza, fé, perda de fé, amor incondicional, paixão, lágrimas, riso e tesão cercaram as mentes, olhos e os corações dos atleticanos no último sábado, fazendo valer cada real gasto, cada quilometro rodado atrás do Furacão, cada camisa comprada, cada discussão em facebook ou em mesa de boteco, cada sapo engolido de quem estava sozinho na primeira, cada gota de suor, cada lágrima derramada.

Foi bonito porque foi épico e o foi porque o bravo Paraná, movido como um favelado em busca de um prato de comida valorizou o empate, correu como nunca, disputou com brios uma partida que não lhe valia nada.

E serviu ainda para mostrar a uma nova geração de atleticanos, a tal “Geração Arena”, a que só viu facilidade, títulos e glórias que torcer para o Atlético é isso aí. É emoção do começo ao fim. É valorizar cada ponto, cada vitória, cada defesa, cada gol. Que nossa torcida volte a ser aquilo que já foi a um tempo atrás, vibrante e incentivando o time independentemente do jogo, de divisão, de adversário.

O que importa é o Atlético, o resto é detalhe!

Anotações

Antes de buscar reforços o clube precisa se desfazer de atletas que insistentemente ainda vestiram a camisa rubro-negra em 2012, mesmo não tendo jamais correspondido antes. De Natal devem receber de presente o próprio passe Ricardinho, Héracles e aquele goleiro mão de alface que entregou o título para os coxas em 2008 e este ano sofreu os 2 gols deles na 1ª final sob o jugo de eventualmente eles entrarem em campo e fazerem aquilo que sabemos que vão fazer: nada!

Por motivos de trabalho, não fui ao Janguito sábado. Pois é, fui em vários jogos, alguns meio de semana inclusive, muitos em Paranaguá, alguns fora de casa e justo no mais importante não fui. Além de dramático foi traumático depender das transmissões de rádio.

Primeiro porque existe uma clara desinformação sobre os clubes, brinca-se muito e trabalha-se pouco. Depois porque é clara e evidente a torcida contra o maior do Estado. Pessoal anda confundindo broncas pessoais com o Presidente Petraglia com uma perseguição fulminante contra o clube. A vibração desmedida, a profecia da catástrofe e a torcida deslavada pela virada após o empate tricolor foram bisonhas, parecendo o jogo ser decisivo para eles e que nós éramos o inimigo a ser batido, o forasteiro, o time de fora que precisa ser vencido a qualquer custo.

Lamentável essa postura que já se via em toda questão relativa à Copa do Mundo, nos tornando a sede com menor empatia popular entre todas as cidades brasileiras, mas que agora já entra em campo sempre com notícias tentando desestabilizar o ambiente atleticano.

Olho neles torcida!


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