Alexandre Sugamosto

Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.

 

 

Quem disse que seria fácil?

25/11/2012


Mais uma vez o futebol deu provas de que é, realmente, o esporte rei. Não há outra categoria esportiva que provoque tantas e tão variadas emoções em seus adeptos e entusiastas.

A tarde de ontem, por exemplo, foi o fechamento épico de uma campanha que facilmente poderia ser tema de livro. Jogando com um time praticamente remodelado no returno, o Atlético fez o torcedor passar pelo teste de fogo: tem que ter nervos de aço pra torcer pro Furacão. Uma partida aparentemente despretensiosa tomou, de repente, ares trágicos e era notório no semblante de cada torcedor a tensão de um time que estava em guerra contra a sorte e o destino. Eis que em certa altura do combate, que parecia ser o último jogo da vida dos Gralhas, surge a testa salvadora da nova revelação atleticana. Esse garoto, que tantas vezes nos deu segurança defensiva e que naquela tarde havia apontado seu primeiro tento com o manto rubro-negro, afastou a bola que seria a ruína atleticana e em sua cabeçada certeira estava o sopro de todos os atleticanos espalhados pelos Brasil.

Assim foi Atlético de 2012: uma longa e sofrida jornada por tudo aquilo que o futebol tem de estranho e absurdo. Trocamos o uruguaio ofensivo por um campeão da série B, deixamos o interino comandar a esquadra até o final, substituímos o elenco inteiro durante a competição, vencemos os fortes longe de nossos domínios e entregamos pontos aos fracos em nossa própria casa, fomos caçados e caluniados pela cultura autofágica da capital do Pinhão, criticados pela imprensa verde, investigados por CPI, devolvemos a contratação mais cara de nossa história... a retrospectiva do ano não poderia ser recomendada para os fracos.

Nada disso, no entanto, conseguiu nos afastar de nossa verdadeira vocação de grande time. O fato é que sairemos fortalecidos dessa jornada no Hades futebolístico e o futuro parece abrir os braços para a grande massa rubro-negra que espera ansiosa pelo retorno dos dias gloriosos. Com o término da Arena, investimento em formação de base e solidez financeira e política, o Atlético tem tudo para ser um dos grandes clubes do Brasil.

Parabéns ao Clube Atlético Paranaense e aos atleticanos! A conquista do acesso foi uma construção de todos aqueles que, de uma forma ou de outra, gritaram, apoiaram e se emocionaram com a caminhada do esquadrão à divisão de origem.

Rubro-negro é quem tem raça e não teme a própria morte!


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