Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 56 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Essa foi para vocês, Airtons!

04/11/2012


Não poderia haver cenário nem adversário mais emblemático, místico, carregado de energia positiva para nós atleticanos do que o São Caetano no Anacleto. Fomos campeões brasileiros naquele gramado. Ele já foi generoso demais conosco, para nos pregar uma peça ou aprontar uma molecagem, dessas que de tão malucas entram para a história do futebol. Nada aconteceu fora do normal em São Caetano. A invasão rubro-negra foi plenamente coroada de êxito, com uma vitória maiúscula, mais uma vez histórica que marca a cravamento do nosso manto sagrado no G4, dessa vez para não sermos ameaçados até o final da competição.

Por tudo isso é que dedico a vitória aos Airtons do mundo. Não apenas a um em especial, mas para os personificadores do ódio desmedido ao Furacão, que não nos compreendem como adversários em campo mas como inimigos da vida. Tudo aquilo que nos acontece e em especial as coisas boas, desperta raiva nos Airtons. Não é difícil encontrá-los já que eles não fazem muita questão de se esconder. É claro que em nossas fileiras, há muitas pessoas que não acreditam na existência das tais criaturas. Mas elas são como as bruxas. Você pode até não acreditar na existência delas, mas que elas existem, existem.

No fim do jogo em São Caetano, o principal inimigo dos Airtons foi filmado rindo feito uma criança. Parecia estar viajando no tempo, comemorando o título de 2001. Creio ser essa uma imagem que se não tira o sono dos Airtons, deve irritá-los profundamente. O fato é que o presidente nunca será uma unanimidade nem entre os atleticanos. Os questionamentos são inúmeros e não vão acabar. Mas é inegável que ele tem estrela quando o assunto é Atlético. Fica difícil para os críticos assumir posições de ataque às vésperas de mais uma grande conquista. Que o diga Cid Campêlo.

Alguns Airtons ao atacar o presidente de forma sistemática, erram na medida e acabam acertando de forma pesada na Instituição, até mesmo pelo fato de ser bem difícil de separar o que é um do outro. Volto a esse tema em breve.

Sempre me lembro do começo desse ano. Fiquei desesperado com o nosso time e passei a acreditar que não subiríamos de jeito nenhum. A cada partida essa certeza ia se cristalizando. tomando a forma de um fantasma gigante. Mas não fomos para o abate como vaquinhas. Houve uma reformulação profunda, pesada, que custou e consumiu recursos e que produziu resultados que só os mais otimistas poderiam crer que aconteceriam. E aconteceram.

Quem diria que Marcão, o melhor "Boneco de Posto" do Brasil ia fazer tantos gols? Reparem no jeito do cara se movimentar. É ou não é o melhor "Boneco de Posto" do Brasil? Pela simplicidade e estilo desengonçado de jogar, Marcão já escreveu o nome na história do Atlético, ao lado de outros jogadores folclóricos, que nos renderam histórias inesquecíveis como a da correntinha do Kleber Pereira no Atletiba. Enfim, se por acaso Marcão você ler essa coluna em suas próximas comemorações arrume uma "Dancinha de Boneco de Posto".

Quem apostaria em Pedro Botelho, João Paulo, Elias ou mesmo no Marcelo, que depois de perder aqueles gols contra o Vitória, tomou um "chá-de-bola-na-rede", nos presenteando com essa beleza de gol em São Caetano?

E o velho? O velho é um capítulo especial nessa jornada. Parece que o campo se pudesse, se curvaria em sinal de respeito toda vez que ele entrasse no gramado. O homem é um sábio da bola, que sabe fazer com que dois mais dois tenham cinco como resultado final. É bom demais vê-lo jogar pois sempre parece haver um coelho na cartola.

Falta pouco para voltarmos ao lugar de onde nunca deveríamos ter saído. Se tudo der certo, é uma conquista que deve ser comemorada nas ruas, praças e por todos os lugares onde houver um atleticano. Que a sorte nos acompanhe.


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