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Rogério Andrade
Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.
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Novos tempos, novo Atlético
23/03/2005
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O Atlético Paranaense já não é mais o mesmo, o Atlético hoje é muito melhor.
A partir de um planejamento lançado por Mário Celso Petraglia em 1995, e que este ano completa dez anos de história, cada membro da famÃlia atleticana passou a conviver com novas idéias, e o que um dia foi um sonho ou uma ilusão, foi aos poucos transformando o Atlético em um dos grandes clubes do futebol brasileiro.
Dentro desta nova proposta, o atleticano precisou se moldar aos novos tempos e precisou entender que o Atlético, além de seu time de futebol, era o seu patrimômio e precisava do seu investimento. Alguns acompanharam tal evolução, outros ainda resistem em caminhar junto aos novos planos.
Alguns estão certos, outros equivocados. Muitos atleticanos, como eu, demoraram algum tempo para entender a nova proposta do clube, esbravejaram contra o reajuste dos ingressos, o qual afastou definitivamente a classe baixa dos jogos, e ainda leva a classe média-baixa em jogos escolhidos a dedo.
Portanto, o novo modelo de torcedor atleticano passou a ser o torcedor que "tem dinheiro em caixa", ou seja, o fiel atleticano que vai a todos os jogos do Atlético, independente do adversário, é aquele que apresenta condições mais do que razoáveis para freqüentar a Arena. Existem os pontos positivos, mas neste aspecto, muito mais pontos negativos, pois o Atlético deixa de ser o time do povo para ser um clube mais consistente financeiramente. Infelizmente muitos atleticanos que não fazem parte deste novo conceito de clube levarão para sempre o Atlético apenas em seus corações.
Contrária também à esta nova proposta, a Torcida Organizada os Fanáticos também sofreu e sofre com o novo modelo de planejamento. Não bastasse, foram gerados os conflitos entre a torcida organizada e a diretoria. Não há flexibilidade, nem de um lado, nem de outro. Injustamente, o torcedor do batuque tem o acesso negado à casa dos atleticanos e passou a optar por continuar empurrando o time do lado de fora. Sou extremamente contra à proibição dos instrumentos na Arena, creio que tal decisão só piorou o relacionamento entre diretoria e torcida organizada, e pouco se pensou no time do Atlético, a nossa verdadeira paixão. O que antes era tradição, passou a ser irrelevante aos olhos dos dirigentes atleticanos. Por mais que qualquer pessoa do conselho gestor do Atlético tente me convencer do contrário e do novo modelo de torcedor, nada me fará deixar de pensar que o Atlético só perde com a torcida Os Fanáticos fora da sua própria casa, a mesma que ela ajudou a levantar e a mesma que já foi palco de tanta alegria e tanta beleza. Que pena! Quem sabe um dia essa velha alegria volte ao Caldeirão do Diabo e devolva o sorriso a milhares de atleticanos.
Quem andou pelos estádios na década de 80 e 90 sabe muito bem do que estou falando. Quem teve o privilégio de acompanhar o Atlético, especialmente nessas duas décadas, conhece muito bem as fortes marcas que ficaram e jamais serão apagadas. Nada tinha graça sem a torcida organizada do Atlético, nada tinha graça sem o papel picado, a caminhada pelas ruas em direção ao estádio, e nem era cogitada a hipótese de torcer sem a presença da bateria. Este sempre foi o grande amuleto do Atlético, o qual nos causa hoje uma grande tristeza, pois às vezes, principalmente nos jogos sem uma boa presença de público, mais parece que não há mais a batida do coração atleticano. Muitas vezes, mesmo estando na Arena, vou embora na metade do jogo e começo a viajar no passado, comparando as vibrações e inevitavelmente, comparando o comportamento dos torcedores.
Os sábios dizem que a paixão é devastadora, mas vai aos poucos se acabando. Algumas morrem, outras se transformam em amor. Este sim, nunca acaba.
Kyocera Arena
Uma bela jogada dos empreendedores do Atlético trouxeram ao nosso estádio um novo nome. A Kyocera Arena chegou para nos mostrar que os novos tempos do Atlético são dignos de uma grande estratégia, um perfeito lance de marketing. Não podemos negar que nos sentimos orgulhosos em estampar na camisa a marca Kyocera, apenas uma semente plantada para colhermos ótimos frutos, quem sabe ainda este ano. Precisamos acreditar, pois o Atlético está cada vez mais evoluindo, com um pronunciamento muito importante de almejar conquistas.
Portanto, não só para comemorar a sublime parceria, mas por centenas de motivos que temos para idolatrar o nosso grande Atlético, sábado, dia 26 de março de 2005, será dia de levar para as ruas o nosso astral atleticano, a nossa felicidade e o nosso orgulho em fazer parte da famÃlia rubro-negra. No dia de aniversário do Atlético, vale pintar o rosto, vale vestir somente vermelho e preto, vale desfilar com as bandeiras pelas ruas, vale buzinaço, vale aquele abraço atleticano, e vale, acima de tudo, mostrar ao mundo inteiro que nós estamos cada vez mais nos projetando para sermos sempre os melhores.
Parabéns Atlético, são 81 anos de raça, suor e alegria! Comemore torcedor atleticano, você é o grande responsável por transformar o Furacão em um grande clube de futebol.
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