Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Recordar é viver!

30/10/2012


Neste exato momento, sinto-me invadido por um turbilhão de sentimentos. Ansiedade, angústia, saudades... tudo ao mesmo tempo, o tempo todo.

Engraçado o coração do atleticano. E como sofre esse bendito coração! Só de imaginar o quanto esse coração sofreu em 2001, já começam a suar as mãos, já trêmulas e enxugando os braços e o pescoço, tamanha transpiração que ocorre, como se estivesse prestes a acontecer uma verdadeira metamorfose. Atleticano quem sabe seja isso mesmo, uma metamorfose ambulante. Todos os sentimentos nos inundam, o tempo todo.

Qual atleticano não se lembra daquela bola do Ilan, empurrada para dentro do gol, balançando pela primeira vez a rede no primeiro jogo da decisão de 2001? Qual atleticano não lembra quando o São Caetano virou o jogo na Baixada e a torcida do Azulão soltou o grito de “campeão”? Sentimento esquisito, que nos atormentou por alguns segundos, até que voltamos a cantar, como todo bom, velho e sofrido torcedor.

Qual atleticano não se lembra daquela muralha chamada Flávio, um verdadeiro camisa 1, especialmente nos momentos em que aquele timaço precisou das defesas sensacionais do nosso pantera? Qual atleticano não se lembra daquela bola cruzada no Anacleto Campanella, saindo caprichosamente dos pés do lateral Fabiano e chegando, como num toque de mágica, aos pés do espetacular Alex Mineiro?

Ah, Alex Mineiro... quem consegue esquecer Alex Mineiro? Um cara que teve uma nação inteira, chutando com ele, quatro bolas para balançar as redes nas duas decisões de 2001. Ah, Alex Mineiro, como a torcida atleticana é grata a você! Ah, Alex Mineiro, quantos malucos rubro-negros saíram às ruas, alucinados, atordoados, emocionados com a tua arte de fazer gols... Quantas lágrimas escorrem no meu rosto até hoje quando volta na lembrança aquele meu Atlético, campeão brasileiro de 2001!

Hoje é só terça-feira. E parece que a semana, que acaba de começar, não termina nunca. Já não há mais fome, não há mais sono, mas ainda há praticamente uma semana inteira pela frente. Incrível essa agonia que rasga o peito, amarra a garganta e parece que dentro de poucos instantes, vai mesmo nos desmontar.

Amigo atleticano... estamos chegando a mais uma final. Estamos próximos do momento de reviver, intensamente, cada minuto de 2001, o ano em que chorei, igual a um bebê, quando vi meu Furacão estampando a faixa de melhor do Brasil.

Está chegando a hora, torcedor atleticano! Vamos invadir o Anacleto Campanella e dessa vez vamos gritar o nome de outros heróis, os que levarão a responsabilidade de vestir a camisa mais linda do mundo, aquela que carrega o escudo do Clube Atlético Paranaense.

Que chegue logo o sábado, já não há mais onde colocar tanta ansiedade e tanta euforia. Estamos todos malucos para pisar de novo o gramado do Anacleto e reviver o momento mais mágico da nossa história. Sábado, dia 03 de novembro de 2012, temos todos o dever de carregar o Atlético nos braços, rumo à elite do futebol nacional.

São Caetano do Sul, lá vamos nós... Pra explodir de alegria o coração atleticano!


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