Alexandre Sugamosto

Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.

 

 

O fim da avenida sinistra

14/09/2012


"Sinistro" é derivado do latim sinister (-tra, -trum) e tem dois significados principais: refere-se àqueles que têm maior habilidade com o lado esquerdo do corpo ou a algo que tem um aspecto funesto.

Há muito tempo o Atlético vinha sofrendo com um problema generalizado na ala esquerda e, ano após ano, fomos obrigados a aguentar um desfile de pernas de pau sem compromisso como os lendários Paulinho e Márcio Azevedo. Os torcedores mais fanáticos irão encontrar, com algum esforço, qualidades exóticas nos antigos laterais, mas, verdade seja dita, não havia reza que fizesse nosso time render pelo flanco sinistro. A última e terrível experiência foi Héracles-eterna-promessa. O polaco, infelizmente, nunca conseguiu apresentar um futebol convincente e cansamos de tomar gols pela Avenida que foi construída na lateral esquerda do Furacão.

Agora, porém, parece que encontramos um nome para dar fim ao hediondo corredor: Pedro Botelho. A indicação de Orlandelli vestiu o manto sagrado com pompa e circunstância e parece ser o nome ideal para ocupar a camisa meia dúzia, camisa essa que ainda conta com a opção do experiente Saci. Botelho joga o futebol moderno: cabeça levantada, passes curtos e objetivos e tabelas rápidas com meias e pontas. Mesmo sendo um pouco alto para a posição (1,88m), o ex-lateral do Arsenal é dotado de habilidade e preocupa-se em fazer o time jogar ofensivamente (o fato de ter marcado gols é prova disso).

Evidentemente, Pedro Botelho ainda não é um jogador completo ou um craque excepcional. É, no entanto, uma peça fundamental na retomada rubro-negra rumo à série A.

O jovem boleiro espantou os fantasmas do corredor sinistro.


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