Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Cuidado com a rasteira!

28/08/2012


Vencer o Paraná foi importante e você não tem ideia e como é difícil acompanhar a partida no interior de Benedito Novo, Santa Catarina. Você vibra quando aparece "gol do Atlético" escrito na tela feito um maluco, chega até a ser engraçado.

Não seria demais dizer que os novos ventos que sopram na Baixada, estão próximos de se tornar um verdadeiro Furacão. Aos poucos o time vai ganhando uma cara respeitável e se não dá show de técnica, mostra raça, energia e uma cara de quem deseja voltar. A confiança vai voltando aos poucos e a torcida, ainda longe de se entregar completamente, vai voltando, vai chegando e muitos ainda meio sem graça. O fato é que o Janguito será pequeno para acomodar a torcida, que certamente vai lotar os próximos jogos na nossa nova casa.

Há coisas que são importantes ressaltar. Mesmo que ainda tenha um longo caminhos até o acesso, a diretoria rasgou a carne e promoveu as mudanças que o Clube precisava ver e exigia. Refez-se de seus próprios erros, trocou jogadores, afastou o ambiente da derrota e deve ter feito mudanças que nós jamais saberemos. Podemos até fazer um grande número de especulações, mas não saberemos. São aquelas mudanças do dia a dia de uma equipe de futebol. Detalhes que fazem os atletas resgatarem a confiança, muitas vezes perdida em meio a derrotas tolas, que ninguém conseguia explicar. Falar em diferenças é importante, pois a diretoria anterior não conseguiu promover com êxito mudanças que nos salvassem da Segunda Divisão. Não foi por falta de tentativas. Elas ocorreram só que não deram resultados positivos. E caímos. Faz parte da vida você ter o diagnóstico exato de uma determinada situação sem conseguir resolvê-la. Quando se deram conta, a rasteira já tinha sido dada e todos acordamos na segundona.

Digo que o momento de turbulência que passamos, foi muito mais pelo que foi dito durante a eleição, que necessariamente não precisava fazer parte de uma plataforma de campanha. Prometer títulos é complicado e seria muito mais tranquilo manter as palavras em um tom mais "ameno", já que por tudo que entendo de marketing político, seria impossível a CAP Gigante perder a eleição no cenário em que ela foi disputada. Destaque-se que em ambas as chapas, sempre houve atleticanos abnegados, que durante muito tempo caminharam juntos antes do abismo intransponível os separar visceralmente.

Por tudo isso, temos que tomar todos os cuidados para que essa onda não mude. Manter a sequência é tão importante, que o jogo contra os catarinenses, vale tanto quanto uma final de campeonato. É aquela partida onde vencer representa muito mais do que os três pontos. Acaba o ciclo do flerte distante com o acesso, com o Atlético entrando na fase do namoro, para finalmente chegarmos ao altar da primeira divisão, quem sabe trocando de lugar com o nosso rival, que anda com as pernas trêmulas por não estar acostumado à primeira divisão. Vamos jogar com uma autoridade prudente, evitando aquelas rasteiras dadas pelos capoeiristas que quando você se dá conta delas, está no chão e nem sabe direito o que aconteceu. Toda atenção é pouco.

Mudando de saco para mala, a Copa na Arena anda pautando os candidatos e a opinião deles esteve registrada na Gazeta do Povo de domingo. Vale sempre acompanhar como cada um encara o evento aqui. Isso nos interessa como cidadãos, e é claro, como atleticanos. Não tenha dúvidas de que a nossa história será mudada com a construção do complexo ARENA, que nos coloca em um patamar gigantesco em relação a outros clubes do nosso porte atual.

Sempre me lembro quando entrei na inauguração da ARENA e espero de forma ansiosa, a inauguração do estádio da Copa do Mundo de 2014. Como a questão é política, financeira e também passional, experimento uma confusão de sentimentos e percepções sobre a questão. Meu lado racional me diz algumas coisas e meu coração grita outras. Acho que deve ter muitos atleticanos se sentindo da mesma forma.

Temos muitos inimigos do projeto ARENA disputando as eleições. E temos a chance de eleger uma "bancada rubro-negra", que se não nos ajudar, pelo menos não vai nos atrapalhar.


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