Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Deus salve as nossas goleadas!

18/08/2012


As coisas mudaram de verdade. Quem escreve colunas em um site tão lido como o Furacão, pode até ser chato, mas não pode ser cego. Depois de tudo de ruim que aconteceu com o time no primeiro turno, e por que não dizer, no primeiro semestre, parece que encontramos um caminho que abre a possibilidade de pensarmos em voltar à divisão de elite do futebol brasileiro.

O time ainda não cheira bem. Mas não o odor é diferente. Se antes não ganhávamos de jeito nenhum, perdendo jogos contra equipes limitadas, agora vencemos a equipe que liderou a competição na maior parte do primeiro turno. Fizemos um gol esquisito em uma jogada truncada, outro que foi frango do goleiro, Paulo Baier marcando no apagar das luzes e tudo isso para mim pouco importa. O negócio é vencer, voltar a jogar em Curitiba, com arquibancada tubular ou de cimento, tentar vencer o clássico e chegar cada vez mais perto do G4. Essa é a missão desse novo grupo de jogadores, com energia para rachar e quebrar a bola quando for preciso, mas ao mesmo tempo, com rompantes de qualidade para botar a bola no chão. Creio que João Paulo tem feito isso muito bem. Ele roda a bola para os dois lados do campo, marca, sempre aparece para o jogo e mesmo com a entrada de Paulo Baier no segundo tempo, continuou com a mesma postura na partida. Ainda tomamos um susto daqueles, quando Pedro Botelho perdeu uma bola de cabeça, propiciando a única chance clara de gol para o Criciúma, ainda no começo do segundo tempo de jogo.

Deus salve as nossas goleadas! Vale destacar que estamos há três partidas sem tomar gols. Se o ataque não é maravilhoso, não dá para negar que Marcão que tanta desconfiança provocou em mim, é um sujeito esforçado. Está longe de ser brilhante, mas consegue botar a bola na rede. Perdeu as chances mais fáceis. Porém, com a vitória quem se importa? Eu quero mesmo é vencer, somar pontos e subir.

Como minha coluna é aos sábados, gostaria de “esquentar” um assunto debatido na semana retrasada. Trata-se de uma comparação dos valores envolvidos em duas situações completamente diferentes entre si. O que me interessa é chamar atenção para os números. A ida de Lucas para o Paris Saint-Germain, é a maior transferência da história envolvendo um clube brasileiro. São 43 milhões de euros - equivalente a R$ 107,8 milhões. Para estabelecer uma comparação da importância que tem o envolvimento do Atlético-PR na Copa, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou o financiamento de R$ 131 milhões para a reforma e ampliação da Arena da Baixada. O São Paulo destacou que vai aplicar uma parte dos recursos da venda do jogador na reforma do Morumbi, um dos maiores estádios particulares do Brasil. Já o Atlético entra numa nova era, com sua infraestrutura crescendo de forma significativa, como nunca antes houve no Paraná. Isso justifica a existência de tantos adversários estratégicos do projeto, alguns declarados, outros invisíveis, que agora não vão mais conseguir sepultar a escalada atleticana.

Isso só foi possível pelo acúmulo de conquistas institucionais, que aconteceram no Clube ao longo desses últimos anos. O Atlético-PR está em um patamar do qual não desce mais, consolidado administrativamente. Só é preciso traduzir mais uma vez tudo isso em resultados no campo.

Chamo atenção de que é preciso ter lucidez. Ainda não é fácil para todo mundo, atleticanos que somos, suportar essa coisa chamada Segunda Divisão, jogar em Paranaguá, não conquistar títulos e essas outras coisas bestas que todo torcedor adora. A diretoria agiu com energia para minimizar o caos. Custou mais caro do que precisaria custar. Mas não dá para dizer que não houve ousadia e mérito. As besteiras que alguns conselheiros admitem em “off” ter acontecido, vão as poucos sendo minimizadas. Ainda não esquecidas mas seguramente minimizadas.

Por fim, quero dizer que fiquei feliz vendo Alberto na beira do gramado. Ele se preparou para ser treinador. É um cara aplicado, estudioso do futebol e inteligente, característica que não é muito comum por aí. Torço por ele como amigo que me considero ser.


Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.