Michele Toardik

Michele Toardik de Oliveira, 44 anos, é advogada, mãe, sócia ininterrupta há mais de uma década e obsessivamente apaixonada pelo Furacão. Contrariou as imposições geográficas, tornando-se a mais atleticana de todas as "fluminenses". É figurinha carimbada nas rodas de resenha futebolística, tendo como marca registrada a veemência e o otimismo incondicional quando o assunto é o nosso Furacão.

 

 

As cores continuam as mesmas, mas o futebol...

01/08/2012


... quanta diferença!

Tenho a impressão de que mesmo com os jogos horríveis, os campos péssimos, o sofrimento intermitente, até o dia de hoje eu não havia sentido tanto o impacto desta dramática série B.

A chamada para o próximo jogo me atirou numa máquina do tempo e jogou na minha cara o quanto as coisas mudaram nos últimos anos: o que fomos, o que deixamos de ser, o que precisamos recuperar. Enfim, pensar em Atlético x São Caetano é trazer à tona as lembranças mais importantes de um atleticano, é reviver o período em que o nosso futebol mais se aproximou da arte!

2001, 2004... “o crème de la crème” da história vencedora do Furacão, quando nunca foi tão fácil torcer para o rubro-negro, onde jogadores eram ídolos e os jogos verdadeiros espetáculos! Já 2012 vêm sendo um complemento do ano passado, bizarro, um verdadeiro teste para o nosso atleticanismo, o ano do Furacão no purgatório e, também, do seu reencontro com o mais querido adversário. Infelizmente os tempos são outros, as dificuldades ainda maiores e a finalidade completamente diferente.

E por mais difícil que seja entender os motivos dessa mudança tão drástica, de estarmos diante do Azulão almejando um retorno à elite e não o maior título nacional, temos que usar o passado a nosso favor e encarar o time paulista – se não com o mesmo futebol – pelo menos com a mesma garra que mostrávamos antigamente.

Sei que ao contrário dos confrontos anteriores com o vice-campeão Brasileiro de 2001, nós não temos um timaço, não temos a certeza da vitória, mal sabemos os nomes dos nossos próprios jogadores, mas uma convicção eu tenho: que é a de que tudo pode mudar, menos esse amor pelo Furacão.

E é em nome desse amor que abro mão do futebol bonito, das jogadas envolventes, dos ídolos, até mesmo do meu orgulho, que passarei por cima da minha tristeza em enfrentar o São Caetano nessas condições e irei até Paranaguá pra ajudar a embalar o Furacão. Evidente que cheia de saudade dos áureos tempos, mas com o coração cheio de esperança e vontade de virar essa mesa.

Algumas coisas não mudam.


Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.