Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Antes tarde...

23/07/2012


...do que nunca!

Passado um semestre de apostas, tentativas e com o gosto amargo do fracasso na boca, o Atlético viu que o futuro tem que começar em algum momento e decidiu que passado quase um terço do campeonato, foi ao mercado e trouxe alguns jogadores que vão nos ajudar no acesso à Série A este ano.

É triste constatar que dos últimos sete anos, em pelo menos cinco cometemos o mesmo erro, superestimamos um elenco que fracassa constantemente, inventamos alguém de treinador ou pior ainda, queimamos alguns bons técnicos que acabam rodando por contarem com elenco absolutamente medíocres e que não conseguem assim os resultados almejados.

Bem, prefiro acreditar que a lição tenha servido e o Atlético começou já com as três vitórias conseguidas semana passada, virar a página e começar a escrever um novo capítulo dentro do Campeonato Brasileiro. O que não se perdoava era a inércia, a apatia, o estilo blasé do clube. Agora pode-se até errar, mas vai se errar tentando, vai se errar querendo acertar e é isso que motiva o torcedor.

Prova disso foi na saída de campo sábado. Alguns xingando, todos indignados, mas a imensa maioria cantando com amor o nome do clube e aplaudindo o time na saída de campo. Vou ser honesto, sei lá há quanto tempo não via nosso time sair de campo aplaudido num revés, mas a apaixonada e maltratada torcida do rubro-negro sempre soube valorizar a luta, empenho e dedicação de quem quer que fosse. Sábado o Vitória venceu porque jogou melhor, é mais time (por enquanto), foi mais inteligente e contou com uma tarde de extrema má sorte do Furacão.

O Vitória venceu porque já tem um time, nós estamos ainda montando o nosso.

Depois de muito tempo o Atlético trouxe jogadores que chegam, treinam e jogam. Se Maranhão e Saci não são os laterais dos sonhos, são infinitamente melhores técnica e fisicamente que os demais; João Paulo chegou e já tomou conta da volância, Derley não estreou bem, mas é jogador de grande qualidade e vindo Felipe do Palmeiras ou Henrique da Portuguesa, teremos uma criação mais efetiva do que com o inconstante Liguera ou com o já aposentado Paulo Baier, atualmente servindo somente para queimarmos uma substituição por partida.

Jorginho pediu e reitero: paciência. Juro que entendo quem não mais a tiver, o Atlético vem ano a ano judiando do seu torcedor ao esquecer e relegar o futebol a segundo plano, mas quem ama não escolhe. Quem ama aceita o defeito do seu amor, não fica só apontando o erro, ama em sua plenitude, ama de forma incondicional.

Se apaixonar pelo pomposo cisne branco é fácil, mas ame o Atlético agora que ele é meio que um patinho feio. Mesmo assim vale a pena!


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