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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Todo time tem lá suas tiriças. Todo! No Atlético campeão brasileiro de 2001, Igor e Pires jogaram muitas partidas e nem de longe estavam no mesmo nível dos demais. Mas a base era boa, sólida e com isso as tiriças acabavam se adaptando ao bom futebol e até correspondiam.
Em 2004, a bem da verdade nosso último grande time, mesclamos alguns veteranos bons de bola como o líbero Fabiano e o zagueiro Marinho com uma juventude brilhante surgida em nossa base com Jadson e Dagoberto, além da aposta clínica, jamais técnica que era o artilheiro Washington. Pra compensar o fraco Ivan foi titular da lateral esquerda e os nada mais que medianos Pingo e Raulen jogaram várias partidas e não obstante suas limitações, não deixavam a desejar.
Todo time tem tiriça. Todo. Mas no Atlético a exceção virou regra!
De 2006 pra cá a regra é ter tiriças no time, com um ou outro que se salva. Assim acabamos queimando jogadores que não renderam aqui e logo brilharam em outros clubes. A lista é extensa, do volante Cristian ao atacante Jorge Henrique, passando pelo meia Edno por exemplo. Vamos e venhamos, jogadores razoáveis e ainda desconhecidos aqui, que precisavam contar com um time base médio, mas que tiveram que segurar o rojão de elencos fracos, com treinadores medíocres e acabaram indo embora sem deixar saudade.
Temos exemplos clássicos, um deles é o tiriçaça Anderson Aquino. Dispensado por onde jogou, apareceu no bom time coxa de 2011, fez gols (inclusive no Atlético, óbvio) e se sustentou num time campeão estadual e que novamente faz belo papel na Copa do Brasil.
Ter tiriça no elenco é exceção; no Atlético virou regra.
A eterna aposta em jogadores que ainda tem que se firmar no cenário nacional, juntando-se a veteranos com carreira pouco brilhante como nosso capitão, aliada ao retorno de jogadores que nunca deram certo por aqui como Renan Foguinho, Ricardinho Dallas ou Bruno Mineiro e outros que só voltaram porque ninguém os queria como Alan Bahia e aquele goleirinho de pebolim que entregou o título para os coxas em 2008 e este ano em dois Atletibas conseguiu sofrer seis gols é a receita para o fracasso.
Receita para o sucesso não há, pode-se fazer exatamente tudo igual aos mestres da administração e negócios mandam e mesmo assim dar errado. Já a receita do fracasso existe e nela o Atlético tem se apegado nos últimos anos e não à toa entramos na fila do estadual numa freguesia de dar dó para o rival e lutamos contra o rebaixamento até conseguirmos alcança-lo em 2011.
Urge o Atlético modificar o perfil de suas contratações e antes de tudo se desfazer das tiriças que ainda infestam o CT do Caju. Como bem disse certa vez o amigo coxa-branca Leandro Requena : “não dá pra ficar com tiriça no elenco, eles nunca estão suspensos, nunca se machucam, estão sempre prontos pra entrar. Ter tiriça no elenco é sempre ter medo de que eles vão acabar entrando e vão ficando, ficando, ficando.....”
Ainda há tempo para o Atlético rever o “planejamento” de 2012 e modificar tudo no futebol. Ter permanecido com a mesma base que fracassou todo o ano de 2011 e contratado somente apostas no escuro e repatriar alguns que nunca deveriam ter voltado foi um erro. Ainda há tempo, mas as mudanças tem que ser agora!
Eu ainda acredito no Atlético.
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