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Jean Claude Lima
Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".
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Não desanimo fácil. Se não sou dos mais otimistas, estou longe de ser aquele pessimista de plantão que não acredita em nada e desiste de tudo antes mesmo de tentar. Faz parte de minha formação olhar para os fatos de maneira um pouco mais aguda, procurando ver a situação da forma mais crua possível. É assim que estou analisando o momento vivido pelo Atlético.
Faz tempo que escrevo que não temos paz. Além disso, tudo o que acontece no dia a dia do Furacão, é precedido de pré-julgamentos. Não para se eximir da responsabilidade do processo estar acontecendo dessa forma. Quem semeia vento colhe tempestade e nós há muito vimos plantando tornados. Na semana passada, escrevemos mais uma página bizarra na história do futebol paranaense, com a forma até cômica de retirar as estrelas do general recém contratado. De especialista em estratégias, nosso novo comandante perdeu o comando do seu exército, tornando-se passado numa velocidade assustadora. Destaque-se a capacidade que alguém teve de reconhecer rapidamente que o professor “não daria certo”. Concordo com a decisão tomada, pois mesmo com a compreensão teórica do jogo, faltava mais bagagem para ocupar o posto.
Veio Jorginho, que corre o risco de começar do mesmo jeito que o seu antecessor. Empatou o seu primeiro jogo, pelo mesmo placar, levou as mesmas vaias com diferença de que havia ainda menos gente nas arquibancadas. Há uma diferença na conversa com Jorginho. Ele foi campeão da Série B, o que eu não acredito em absoluto que vá acontecer com o Atlético. Mesmo com ele ou com qualquer outro, o acesso para mim será algo equivalente a um título mundial, um verdadeiro milagre.
O Atlético não está só longe fisicamente de sua torcida. O afastamento é também espiritual. Paranaguá não abraçou o Furacão, pois lá as pessoas não têm recursos para pagar o que se pede para ver uma partida da Segunda Divisão. Não está funcionando! O campo é horrível e a bola pula feito um sapo com sal nas costas. Para termos dois mil torcedores por jogo, vamos jogar aqui mesmo no Ecoestádio, que pelo menos tem um gramado em melhores condições. Ou mesmo o Estádio da Prefeitura de São José dos Pinhais, que com umas pinceladas aqui e ali, pode até ficar bonitinho. Estou chutando já que não conheço as condições do Estádio do Pinhão. Mas está dito que lá cabem seis mil torcedores, o que até agora o Atlético não levou a campo nessa Série B. Então não seria hora de pensar seriamente em trazer o time de volta, para perto da torcida? Dois mil lá ou teóricos seis mil aqui... O que é melhor? O que a CBF prefere? Dez mil torcedores virtuais?
A questão é que com o treinador que foi embora para o Uruguai, alguns caras que todo mundo achava que jamais jogariam de novo foram resgatados. E agora, parece que eles voltaram a ser sapos, viraram abóboras, pelo estilo de jogo adotado nesses últimos jogos. O uruguaio maluco parece que tinha razão a cada dia que passa, ainda mais depois de ter revelado ser "vítima" da mão pesada do chefe, do patrão, mão que qualquer jornalista conhece bem quando trabalha como empregado. E aí um cara que eu sequer pensava em mencionar de novo, volta como um fantasma assombrando a todos, dizendo “viram, eu tinha razão”.
E voltando ao meu primeiro parágrafo, sou obrigado a reconhecer que estou desanimado. Nem estou falando de promessas de campanha não cumpridas, confusões adicionais extra-campo, diretor de futebol que vai embora e por aí afora. Estou falando apenas desse momento. E ele é de lascar.
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