Alexandre Sugamosto

Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.

 

 

Reciclagem

29/06/2012


Mário, ‘o Celso’, percebeu em tempo hábil que o Furacão precisava de modificações. Não pestanejou e tratou de tirar o comando técnico das mãos de um homem sem experiência no cargo. Curioso, aliás, é que o Ricardo, o Desconhecido, não teve tempo sequer de mostrar a que veio. Conforme eu havia comentado em colunas passadas, não basta substituir o treinador: é preciso renovar o elenco, trazer novas peças e pensar em formar uma equipe capacitada para vencer a série B.

Para que minha crítica não se torne um argumento vazio, preparei algumas considerações sobre o elenco atual e algumas ideias para a necessária e urgente reciclagem:

Meta: Com a chegada de Weverton, temos dois goleiros que, se não são espetaculares, ao menos conseguem não prejudicar a equipe. Depois da saída de Neto, reserva da Fiorentina, tivemos que aguentar uma sequencia absurda de goleiros com mãos de farinha: João Carlos, Silvio... prefiro não lembrar. Rodolfo ainda precisa adquirir mais confiança, mas tem tudo para construir uma carreira sólida (Vinicius deveria ser negociado para que não nenhum treinador pense em presenteá-lo com a camisa 1).

Lateral direita: Gabriel Marques está fazendo um papel apenas razoável, embora seja um atleta dotado de raça e boa vontade. Cleberson já mostrou que é melhor lateral, reserva, do que zagueiro e Adriano conseguiu o mérito de jogar dez minutos e ser uma incógnita completa.

Lateral esquerda: Héracles alterna partidas regulares com atuações desastrosas. Particularmente, acho que o garoto deveria ganhar cancha em clubes de divisões inferiores para solidificar alguns fundamentos (tem dificuldades severas, por exemplo, em acerta um passe longo). Bruno Costa não deveria ser cogitado. Fraco defensivamente, péssimo nas triangulações e não consegue acertar um cruzamento. A ala esquerda atleticana tem sido um problema crônico que se arrasta desde os contestados Márcio Azevedo e Paulinho. Precisamos de reforço nesse setor, embora Paulo Otávio possa ser testado mais vezes.

Defesa central: Manoel vem carregando o setor defensivo nas costas. Sempre acompanhado de parceiros improvisados ou fracos na função, o beque atleticano é um dos responsáveis por ainda estarmos mantendo algum respeito defensivo. Rafael foi contratado e não jogou (o que já é atitude recorrente no clube). Luiz Alberto ainda não conseguiu estrear e Renan Foguinho, Cleberson e quejandos se mostraram ineficientes para o setor. Necessidade urgente de contratação.

Volantes: Deivid e Zezinho precisam encontrar posições fixas: Deivid no primeiro combate e Zezinho como volante moderno, saindo para o jogo e chegando para finalizar. Não há necessidade de invenção. Alan Bahia, Renan Teixeira e Renan Foguinho representam o futebol atrasado, caneludo e secundário que queremos longe do nosso clube. O Atlético precisa de, pelo menos, mais um bom volante.

Meia cancha: É único que setor em que temos alguma qualidade, mas que sempre está sendo mal escalado ou improvisado. Baier e Liguera representam a opção de jogarmos com um enganche (geralmente um meia mais lento que faz a ligação da bola entre os volantes e o ataque). É preciso, no entanto, apostar no talento de Harrison e Taiberson. Até quando vamos segurar os garotos? A segundona é excelente para ganharem cancha: um torneio complicado e que exige disposição tática, técnica e física. Há ainda a opção de Lucas Sotero como reserva imediato dos jovens talentos atleticanos.

Ataque: O ataque atleticano é a problemática do time desde a era Carpegiani. Temos uma quantidade enorme de jogadores que atuam no ataque, mas a maioria é inconstante e de pouco trato com a bola. Fernandão não pode ser titular e tampouco reserva. Foi uma péssima aposta, é um jogador trombador, sem estilo e que finaliza mal. Não faz o papel de pivô e ainda conseguiu arrumar briga com a torcida. Bruno Mineiro, Nieto e Ricardinho são cartas fora do baralho. Jofre está sendo negociado com a China, Furlán é inconstante, Pablo tem sido improvisado na lateral e Morro Garcia é o protagonista de uma das maiores novelas atleticanas dos últimos tempos.

O Furacão precisa de bons reforços no ataque e necessita, urgentemente, dispensar ou vender boleiros cansados que só estão sugando o dinheiro do clube (e do torcedor).

A lista de dispensas é grande e a necessidade de reforçar é eminente. É hora da reciclagem, Furacão!


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