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Marcel Costa
Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.
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Análise tática
11/03/2005
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Com o término do primeiro turno da Copa Libertadores da América e praticamente encerrada a fase de classificação no Campeonato Paranaense podemos tirar algumas conclusões sobre o Atlético versão 2005. Na véspera do jogo contra o Independiente em MedellÃn afirmei, ainda em outro site, que o Atlético parecia estar montando um bom elenco, mas estávamos longe de um time ideal, ou seja, um grupo de 11 jogadores entrosados, com ritmo de jogo e com esquema tático definido. Infelizmente, acredito que estava correto e apesar da boa estréia, o Atlético ainda não formou um time forte. Muito parecida com a situação do Corinthians que mesmo se reforçando ainda não tem nem um esboço de time competitivo. E na nossa situação, não afirmaria mais com tanta convicção que realmente formamos um bom elenco.
Deixando de lado a tradicional análise passional e superficial, entendo necessária uma análise tática do Atlético deste inÃcio de ano. O Atlético está muito sistematizado, com jogo programado. Este esquema tático limita a capacidade de rendimento do atleta e facilita o estudo do time pelo adversário. Esta parece ser a caracterÃstica do treinador Casemiro Mior, que inspirado na escola de treinadores europeus (e asiáticos que costumam seguir o modelo da Europa) arma a equipe daquela forma. Para conseguir êxito neste padrão europeu de jogo, o treinador precisa de um grupo de jogadores disciplinados tecnicamente e com criatividade, pois quando aquilo que foi treinado não dá certo em campo, a qualidade dos jogadores deve desequilibrar a partida.
Infelizmente, os jogadores que o Atlético possui no elenco são, em sua grande maioria, limitados técnica e taticamente. Provavelmente apenas o Fernandinho e o Maciel podem, hoje, desequilibrar uma partida e destruir uma retranca bem armada. Foi justamente o que aconteceu contra o Libertad, quando o Atlético só venceu através de uma linda jogada individual do Maciel. O Fernandinho, aliás, tem se mostrado muito mais eficiente jogando como ala. É um jogador que não tem um padrão fixo de jogo, lembrando o estilo de jogo do argentino SorÃn, que não joga preso à ala esquerda do campo, atacando por qualquer setor de campo. Jogando nesta função, dificilmente o adversário consegue marcar o jogador que ao cair pelo meio e lado esquerdo confunde todo o sistema de marcação rival. Desta forma, ele transforma-se em um coringa e conseqüentemente em um trunfo para o treinador.
Este é o elenco que o Atlético tem e com ele vai encarar a Libertadores, salvo as três mudanças autorizadas para a segunda fase do torneio. O que nos resta é torcer para que o Furacão tenha sucesso com este grupo, pois agora é tarde para profundas mudanças. Faltou uma preparação mais adequada para uma competição deste nÃvel. O treinador Casemiro tem a seu favor, um mês de intervalo até a próxima partida contra o América de Cali. Neste perÃodo ele poderá implantar seu esquema e filosofia de jogo ao grupo e melhorar a postura tática do time. Do jeito que está podemos avançar à segunda fase da Libertadores da América mas dificilmente alcançaremos o almejado tÃtulo.
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