Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Fora, Carrasco!

11/06/2012


Mais uma vez a culpa pelos fracassos do Atlético não é integralmente do treinador. E mais uma vez o treinador, culpado parcialmente pelos tropeços do time, vai pagar a conta. E a conta tem sido alta, convenhamos.

Acima de tudo, entra ano e sai ano, a culpa sempre recai sobre um fator determinante e que anda ausente há muito tempo no clube: a gestão de futebol. Afinal de contas, quem responde pelas coisas do futebol do Atlético? Nos últimos anos apenas dois persoganens trataram do assunto “futebol”: o presidente do clube e o técnico. Não existe, há muito tempo, um intermediário que realmente assuma o papel de gestor na área e cuide, exclusivamente, do futebol do clube.

Por este motivo eu gostaria de saber o que tem a nos dizer Sandro Orlandelli.

A saída de Carrasco irá resolver os problemas do Atlético? Sinceramente, por necessitar de mudança, creio que isso se faça necessário, mas que fique bem claro e para que o torcedor não se iluda mais uma vez, este não será o fator determinante para o sucesso do Atlético. De nada adiantará sair Carrasco e desembarcar qualquer outro técnico sem autonomia para escalar, sem um planejamento devidamente traçado e refém de um plano sem critério de contratações. Um técnico precisa de uma referência, não pode e não deve responder diretamente ao poder máximo do clube e precisa ser o equilíbrio entre o elenco e a direção. O reflexo de que isso não existe dentro do clube está aí, escancarado a nossa frente: um time que passou a existir após a queda e que, aos poucos, foi se destruindo diante das loucuras do treinador e de escalações misteriosas de uma hora pra outra. Não é assim que se faz futebol!

Se Sandro Orlandelli não serve para essa função, é preciso buscar outro.

Enquanto não existir esse elo responsável diretamente pelo futebol do clube, passará Carrasco, como passou Renato, como passou Antônio, como passarão outros. E a vida do Atlético tem sido assim, de um lado uma tormenta de apostas e riscos, deixando o treinador totalmente exposto ao cenário de fracassos, do outro, o torcedor atleticano esperando, ano após ano, alguma mudança que mostre algum resultado positivo.

Carrasco está com os dias contados (essa é uma percepção forte de boa parte da torcida). E se for pra sair, que saia já! Todo o tempo do mundo que tínhamos pra perder, já perdemos. Não existe mais tempo para nada. Lá se foi o campeonato paranaense (e não venham com esse papinho de que foi perdido no detalhe do futebol), lá se foi a Copa do Brasil e estamos patinando no campeonato brasileiro.

É hora de assumir a realidade do clube, de vestir a roupa da segunda divisão (às vezes o time me passa a impressão de que basta entrar em campo) e de enfrentar os problemas de futebol que já tornaram-se crônicos, ou vamos assistir mais um ano passar, recheado de promessas e discursos, terminando com um vazio enorme dentro do peito de cada atleticano.

Para mudar, é preciso começar agora. Fora, Carrasco!


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