Michele Toardik

Michele Toardik de Oliveira, 44 anos, é advogada, mãe, sócia ininterrupta há mais de uma década e obsessivamente apaixonada pelo Furacão. Contrariou as imposições geográficas, tornando-se a mais atleticana de todas as "fluminenses". É figurinha carimbada nas rodas de resenha futebolística, tendo como marca registrada a veemência e o otimismo incondicional quando o assunto é o nosso Furacão.

 

 

Certezas

06/06/2012


Não tem sido fácil ouvir, falar e defender o Furacão. Traumas, decepções, frustrações, medo e, principalmente, incertezas tem povoado a rotina dos atleticanos.

É o dinheiro da Copa que não sai, o Atletiba não vencido, a indefinição da “nossa casa” para 2012, a imprensa fazendo a festa, os reforços que não chegam e ainda uma longa série B pela frente.

Certeza mesmo só a de que o amor pelo Atlético é incondicional, que o Petraglia construirá novamente a Arena, que o futebol não pode ser negligenciado, que nada é fácil pra gente e, principalmente, que se formos campeões no final do ano todas as derrotas e decepções serão remediadas.

E por falar nessas certezas, será que já não está mais do que na hora do futebol atleticano ser priorizado? Nosso maior compromisso do ano já começou, já pudemos sentir que não tem bobo na série B e que temos setores completamente carentes.

Carrasco é questionado o tempo todo, já pegou fama de Professor Pardal, mas o comandante rubro-negro simplesmente não possui peças suficientes para manter o time competitivo em todos os jogos e acaba improvisando em diversos setores.

Um exemplo disso é a nossa zaga, que sequer pode se dar ao luxo de contar com dois zagueiros. Cleberson é uma grata surpresa, vem se superando a cada partida, é um excelente jogador, mas não é zagueiro!

Outro exemplo clássico dessa realidade atleticana é o próprio Paulo Baier, que neste ano raramente jogou na posição que lhe proporciona maior rendimento e nem pode ser acionado em todas as partidas.

Isso sem esquecer que já vimos de tudo: centroavantes - daqueles que só sabem jogar na banheira - jogando de ponta (ou de volante), zagueiros encarando a lateral, volantes fazendo de tudo e assim por diante.

Tem muita gente boa no elenco do Atlético, mas ainda não é o suficiente.

Outra questão que intriga o torcedor é o caso Dinamita. Ou vende logo ou coloca ele pra jogar, se ele quer tanto vazar que se exponha na vitrine e valorize o seu "passe". O que não dá é pra pagar salário de quem tá encostado.

Guerrón é diferenciado e pode ser decisivo, que ele garanta uns tentos pra gente nesse início de campeonato e depois que vá aprontar em outras bandas. Negocia com o cara!

E, além das mais variadas improvisações e especulações, o que dizer da nossa preparação física? Confesso que não entendo nada dessa matéria, mas é notória a queda de produtividade dos nossos atletas. Tem que ver isso daí!

Pra dar um jeito nisso tudo, pra “cumprir” a Série B com dignidade e pra podermos encarar o próximo ano sem fiascos e com planejamento, todo investimento nesse momento é válido e trará retorno!

Podemos driblar qualquer tipo de incerteza, mas precisamos confiar no nosso time!


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