Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 56 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Guerras em andamento

02/06/2012


É cada vez mais complicado ser colunista do Furacão. Para escrever de maneira crítica, responsável e isenta, é preciso ir buscar informações com as mais diversas fontes e em algumas questões posso me arriscar a correr o risco de errar feio na minha análise, mas paciência. Quando você aceita cumprir uma tarefa como essa, se expõe também a ser criticado, elogiado, ofendido ou mesmo defendido. Mas vamos às teorias conspiratórias.

Há supostamente um dos mais sórdidos Atletibas da história em andamento no Paraná. De um lado, torcedores do nosso principal adversário que ocupam posições estratégicas em Secretarias de Governo, Tribunais, órgãos governamentais ou mesmo no parlamento, estariam adotando todas as formas possíveis dentro das suas esferas de atuação para prejudicar a realização da Copa 2014 na Arena da Baixada. Tudo passaria desde ataques a pessoa do mandatário atleticano até boicotes administrativos, onde um simples ofício passa dias sem ser respondido e até mesmo é engavetado. Destaque-se que isso aconteceria com qualquer presidente que o Atlético tivesse. Tudo é de certa forma potencializado, pela maestria e grande habilidade de fazer aliados do nosso presidente. Não ouvi isso de uma, duas ou três pessoas envolvidas de forma direta na construção da Arena, mas de várias, algumas isentas e afastadas de quaisquer tipos de imbróglios.

Somada a essa primeira questão, há setores da imprensa dedicados a torpedear o Atlético e aí sim, nesse caso, em especial a figura presidente e ao ódio que ele desperta em alguns cronistas e veículos de comunicação. Nesse caso, o fracasso do Atlético seria o do presidente de forma direta e, portanto, a glória dos desafetos, que não titubeariam em comemorar ao sabor de um champagne Veuve Clicquot a desgraça rubro-negra, já que a questão é pessoal.

A terceira questão refere-se à oposição ao atual presidente, que todos os dias é brindada com fatos e farto material para mostrar que jamais esteve errada durante as eleições. Perdemos o título do paranaense para o nosso maior rival, fomos eliminados da Copa do Brasil, vamos jogar na cidade de Paranaguá, perdemos uma partida para o Boa (meu Deus perdemos para o Boa) e graças a Deus e Paulo Baier, ganhamos do Barueri. Somado a tudo isso uma nova confusão de versões, envolvendo a Figueirense Participações, empresa que recebeu um volume grande de recursos do Atlético por conta da transferência de Michel Bastos. O jornalista Augusto Mafuz, outro amigão do presidente, colocou a transação sob suspeição e a torcida atleticana fez pipocar dezena de informações sobre o caso ressuscitando até mesmo uma entrevista do ex-presidente sobre o caso, disponível no youtube.

Os conspiradores de todos os lados acham que a questão de Morro Garcia parece longe do seu desfecho final. Há várias teses em andamento, sendo que uma delas defende a volta imediata do jogador aos treinos já que ele é “patrimônio” do Clube e que com essa postura, de mantê-lo no ostracismo, estaríamos apenas agravando o caso. Haveria que se ter maturidade para superar o processo eleitoral, resgatando o jogador como já foi feito com tantos outros que jogaram no paranaense, quando antes sequer tinham sido aproveitados. Outros defendem que Morro volte de forma imediata para casa e que os responsáveis pela transação sejam responsabilizados pelo erro. Deve haver umas vinte e tantas idéias sobre a questão.

Poderia falar de Joffre Guerrón correndo o risco de a coluna virar um tratado no estilo dos discursos do Fidel Castro em Cuba. Ninguém merece isso. O fato é que essa é outra novela que envolve poucos momentos de amor, vários de frustração e muitos de ódio da torcida pelo jogador.

A conclusão é que para administrar o Atlético o sujeito deve ter uma boa dose de paciência, ter sangue frio durante a maior parte do dia, uma boa assessoria jurídica para impedir que erros bobos sejam cometidos a toda hora, assessores de imprensa aptos a responder todas as questões, ainda que para isso seja preciso comprar uma página da Gazeta do Povo e para mim, principalmente, um bom time, o que faz com esses problemas todos fiquem sendo absolutamente ridículos entre muitas aspas, além de fazer com que os vespeiros sejam domesticados e se comportem como colméias, passando a produzir mel. Sem vencer nada tem perdão e uma marola vira mesmo um tsunami.

Fecho com uma reflexão de Maquiavel:
Há três espécies de cérebros: uns entendem por si próprios; os outros discernem o que os primeiros entendem; e os terceiros não entendem nem por si próprios nem pelos outros; os primeiros são excelentíssimos; os segundos excelentes; e os terceiros totalmente inúteis.



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