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Jean Claude Lima
Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".
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A galinhada sempre pode mudar de dono
12/05/2012
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Carneiro Neto, um dos mais importantes colunistas e cronistas do futebol do Paraná, numa palestra para o Clube de Pais do Colégio Marista Paranaense, uma das mais tradicionais e centenárias instituições de ensino do Paraná, contou uma divertida história sobre uma “galinhada”. Tratava-se de uma partida final entre Palestra e Coritiba. O Palestra era dirigido por um italiano que ao ver que seu time vencia o primeiro tempo contra os rivais por 2 X 0, e já organizando a comemoração, telefonou para o restaurante da festa e mandou “matar mais galinhas”, para a galinhada do título, que na visão dele estava bem perto de chegar. Os verdes viraram a partida e o italiano, se não me engano chamado Gorgola, para não ficar no prejuízo, vendeu a galinhada para a comemoração do adversário. A história pode ser vista contada por ele no endereço http://www.youtube.com/watch?v=Bv6blGjMV_0&list=PL008AE44A2424E8F2&index=4.
Amanhã, parece que a galinhada já tem dono. Ninguém na imprensa que falar disso explicitamente, por comedimento, por respeito à tradição do clássico, por medo de causar polêmicas desnecessárias que possam inflar os jogadores atleticanos ou por motivos desconhecidos. O fato é que a comemoração está armada, apenas esperando pelo apito final do árbitro que agora eles sabem ser atleticano, por conta da foto dele assistindo com a esposa ou namorada um jogo na Arena da Baixada. Bem, pelo menos o cara estava com a esposa, ao contrário do Heber, que na sua foto pelas redes sociais está com vários jogadores do time deles. Parece impossível para todo mundo que o Atlético seja campeão. Para reforçar isso, os isentos profissionais da comunicação estão se apoiando em estatísticas, números dos jogos no Couto, enfim, em tudo que possa jogar o moral rubro negro para baixo e a certeza da vitória em casa às alturas.
O problema é que esqueceram de combinar isso com os jogadores do Atlético. Creio que amanhã, pode existir uma nova comercialização da galinhada, só que dessa vez com os verdes tendo que vender o chopp para a Baixada. Primeiro pelo fato do time deles não ser tão bom como eles imaginam. É claro que não é tão ruim como nos gostaríamos que fosse. No entanto, já estivemos em situação muito pior em confrontos anteriores. Segundo, creio que deveremos terminar a partida com onze jogadores. Carrasco é esperto o suficiente para prestar muita atenção ao comportamento da arbitragem e os jogadores, em especial os mais experientes, tem clarividência para saber quando um árbitro está abraçado com “o lado negro da força”.
Com Guerrón e Edigar Junio, temos um ataque mais rápido do que a defesa sertaneja. Isso é um fato, com o qual eles terão que se preocupar. Guerron, se não resolver dar bicudas em ninguém e não tentar o drible do “raio-x”, onde ele tentar passar através do corpo do adversário, é perigoso do começo ao fim do jogo. Edigar quer mostrar serviço e se jogar e for bem, guardando um gol, sabe que entra para a história do Atlético. Paulo Baier, com uma falta ali, na entrada da área, se bater como no primeiro Atletiba, pode nos colocar em vantagem. Enfim, temos armas e opções para tomar a galinhada deles, causando decepção e sofrimento àqueles que acham que é só botar a mão na taça.
De nossa parte, se não ganharmos não é o fim do mundo. Do fundo do poço, hoje temos esperança de fazer um bom campeonato da segundona, subindo, resgatando a nossa dignidade, sem perder a rota de crescimento que a reforma do Estádio pode representar. Será chato não comer as coxinhas da galinhada? Certamente que sim! Porém, de um Clube que passou décadas sempre atrás do rival, massacrado pelos acertos de arbitragem de um certo Chinês, que vê isso ainda continuar acontecendo em plena era da internet e da tecnologia, estamos em outro estágio da nossa história. Creio que é sempre bom lembrar de onde viemos para tornar mais claros os objetivos de onde queremos chegar.
Fico me perguntando como era esse negócio com arbitragem no passado. Não existia onde reclamar. No último domingo, para amenizar as coisas, tentaram caracterizar que o árbitro errou para os dois lados. Isso é ridículo. Se o jogador que deu a joelhada proposital no rosto de Bruno Furlan tivesse sido expulso como foi Manoel em passado recente, ou qualquer outro dos nossos, basta procurar pela história, o jogo teria sido outro. Aliás, se os impedimentos tivessem sido marcados no 4 X 2, talvez esses jogos jamais tivessem que ter acontecido. Também é surpreendente ver um quase Secretário de Estado, que responde pelo esporte no Paraná, tratar uma nação com mais de um milhão de pessoas, boa parte delas eleitores como “chorões”. Quem sabe uma boa parte dos chorões se lembre disso na hora de votar no candidato do grupo dele à prefeitura da cidade. Vamos ver quem chora mais.
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