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Rogério Andrade
Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.
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Contra tudo e contra todos!
03/05/2012
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A gente, muitas vezes, precisa dar uma parada com essa coisa chata do tipo “mania de perseguição”. Aí a gente senta pra almoçar, começa a refletir sobre as coisas do futebol e tenta ver que, de alguma forma, em algum momento, fomos exigentes ou críticos demais. Nós, atleticanos, não somos perseguidos. No fundo, no fundo, todos têm inveja da gente. Uns mais, outros menos.
Por tudo isso e muito mais, na noite da última quarta-feira tornei-me cego a todas as perseguições e virei meus olhos apenas aos lances do jogo. Atlético e Cruzeiro entraram em campo com o objetivo de buscar a vaga para a próxima fase. Só isso, nada mais. Na bola e dentro das quatro linhas. Sem qualquer tipo de interferência. Era assim que meus olhos assistiriam ao jogo e era exatamente assim que meu coração atleticano iria se encher de esperança e alegria.
Quando Guerrón levantou vôo com destino a linha de fundo, eu e milhares de atleticanos já estávamos em pé comemorando o primeiro gol da noite. Estava escrito. Edigar Junio empurrou para as redes e o Furacão colocou a raposa na roda, e só não ampliou com Patrick porque o menino está sem ritmo e não sabia o que fazer com a bola na hora do golpe final. Uma pena. Um gol daqueles que nos dão a mesma impressão quando abrimos o único sonho de valsa que temos na mochila e o danado do chocolate escorrega entre os dedos, pinga no asfalto e rola pra dentro do bueiro. Que droga! Ficamos com cara de cachorro abandonado no meio da multidão. Não dá nada, vida que segue. Cabeça erguida...
Segundo tempo e o futebol do Atlético entrou em queda livre. Na raça, apenas na raça e com poucos lances de criação, entramos em momentos de orações e rezamos para não tomar gol. A bola de Marcelo Oliveira subiu, subiu, subiu e nos tirou um aperto do coração. A noite tinha que ser nossa, mas a pressão total era do time azul. Juro pra vocês que eu já tinha esquecido de uma vez por todas aquela tal de “mania de perseguição”.
Foi quando Guerrón levou uma rasteira dentro da área do Cruzeiro. Não pensei em nada. Escureceu minha vista e vibrou o meu coração. Pênalti! Pênalti! Pênalti! Foi uma vibração só. Fechamos a tampa. Sim, tínhamos um pênalti a favor, não fosse a audácia e a cara de pau do goiano Wilton Pereira Sampaio. O cara não deu a penalidade máxima. Um balde de água fria correu pelo meu rosto e ainda de queixo caído eu me perguntava: por que sempre com o Atlético? Por que todos sempre contra o Atlético? Aí fica difícil.
Hoje teve sorteio na federação. Ninguém me tira da cabeça que só duas letras participavam. As letras E e H. Seria só a definição de quem apitaria o primeiro e quem apitaria o segundo Atletiba. Ohhhh! Que surpresa! Evandro Rogério Roman apita o clássico de domingo na Vila.
É sério, eu tenho pavor a mania de perseguição.
Farei de tudo para tirar isso da cabeça em até três dias e voltarei meus olhos novamente ao gramado só pra ver o meu Furacão brilhar. Sem nenhuma interferência. Vamos ganhar e vai ser na bola! Não é possível que me apareça mais um cara de pau pra inventar coisas que estragam a magia do futebol.
Vamos, Furacão! Contra tudo e contra todos!
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