Michele Toardik

Michele Toardik de Oliveira, 44 anos, é advogada, mãe, sócia ininterrupta há mais de uma década e obsessivamente apaixonada pelo Furacão. Contrariou as imposições geográficas, tornando-se a mais atleticana de todas as "fluminenses". É figurinha carimbada nas rodas de resenha futebolística, tendo como marca registrada a veemência e o otimismo incondicional quando o assunto é o nosso Furacão.

 

 

Pedra e vidraça

28/03/2012


Como ainda permanecemos num período transitório, de plena formação e reformulação, me faltam fundamentos para criticar ferozmente ou elogiar veementemente a nova Diretoria, mas já posso dar uns singelos pitacos.

De antemão, afirmo que espero muito mais desta gestão - que vendeu a idéia de que somos e seremos ainda mais gigantes -, porém, reconheço que para três meses de mandato já foram realizadas grandes transformações e, praticando uma mera comparação com a gestão passada, já posso afirmar que muita coisa mudou pra melhor.

Como não sou movida por obsessões políticas, me sinto muito a vontade para reclamar e também para reconhecer acertos seja lá de quem for. E realmente venho admirando determinadas condutas, sobretudo no que se refere à blindagem do Clube, a resolução das questões inerentes a Copa na Arena, a aproximação do torcedor – apesar de estarmos jogando fora de casa – e, principalmente, algumas questões favoráveis no que se refere ao futebol propriamente dito.

Em anos anteriores, em três meses de trabalho, a imprensa já fazia festa com a vida social de jogadores, queimava contratações, gerava desestabilizações e mantinha o atleticano em pleno desespero. Assim como vinham pacotões de jogadores-incógnitos e que passavam pouco tempo aqui ou arrumavam logo um chinelinho lá no CT.

Hoje, apesar de carecer de muitos ajustes, se percebe que os assuntos importantes referentes ao Atlético são tratados e resolvidos com profissionalismo.

Quanto à proximidade do torcedor, é necessário reconhecer que o marketing vem trabalhando focado na essência do Atlético, de modo que todas as ações realizadas colocam o atleticano como a grande estrela, o que em se tratando de Atlético é uma das maiores verdades.

No que diz respeito ao futebol, apesar da minha ansiedade e da evidente necessidade de complementação do elenco para encarar a Série B como se deve, já noto diversos pontos positivos, começando pelo Professor Carrasco, que apesar de não ser uma unanimidade, está sendo o melhor técnico que tivemos desde o Carpegiani (que como todo bom técnico brasileiro não resistiu a uma proposta de salarial maior e abandonou um projeto na reta final).

Carrasco só por ser gringo já sai na frente, simplesmente porque não carrega os vícios que a grande maioria dos técnicos brasileiros tem. Ademais, vem despertando a identidade rubro-negra nos nossos jogadores, padronizando o time e fazendo suas descobertas.

E acredito piamente que se for concedido ao nosso técnico algumas pecinhas interessantes, faremos uma Série B vitoriosa.

Ainda sobre futebol, discordo de qualquer pessoa que fale que somos dependentes do time do ano passado, sobretudo porque o nosso primeiro turno foi ganho sem as principais figuras do ano anterior.

É claro que alguns jogadores tem acrescentado e contribuído muito, mas não podem ser considerados como a grande força do time atleticano. Aliás, talvez a grande marca do time atual seja ser uma equipe, onde todos são importantes! Onde Paulo Baier sem a corrida dos guris não faz milagre, assim como Guerrón sozinho não faz chover!

De toda sorte, precisamos apoiar o trabalho que vem sendo desenvolvido, seja comparecendo aos jogos, fazendo críticas construtivas e desprendidas de vaidade política e, colocando o Atlético sempre em primeiro lugar.

Isso sem falar, que todo mundo tem teto de vidro! Muitos que reclamam hoje foram omissos ontem, assim como muitos que defendem cegamente a situação cometem (ou poderão cometer) os mesmos erros do passado.

E o pior, tem muita gente que não sabe nem de que lado está e só sabe jogar merda no ventilador, por pura diversão, ignorância ou simplesmente porque gosta de ver o circo pegar fogo.

Por isso, não peço que se calem ou que se curvem, porém peço que reflitam antes de qualquer ataque desmedido ou fundamentado em razões que não beneficiem o nosso Furacão.

Fácil é ser pedra, difícil é ser vidraça!



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