Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Parabéns, Atlético

26/03/2012


Quer moleza? Vai torcer pelo Barcelona! Eles disputam um campeonato nacional que a rigor serão campeões ou vice, possuem uma marca e identidade suficientes que lhes dão uma rentabilidade enorme e além de tudo são consagrados mundialmente com mais de 100 anos de glórias e títulos.

Já a história do rubro-negro foi escrita com tinta de promoção, com papel reciclado mas cujo resultado não é menos bonito que aquela escrita por clubes com mais dinheiro e poder extra campo. A história atleticana foi forjada no sacrifício, por vezes pessoal e financeiro de seus dirigentes, na base da doação de torcedores, no coração mesmo. Nada na história do Atlético foi fácil, podem ter certeza!

Assim como não era fácil começar a vida de torcedor logo depois de uma supremacia dos coxas durante os anos 60 e 70 e eu, começando e me interessar por bola, os vi campeões brasileiros, naquele 1985, ano tão estranho em que até um cometa esteve se aproximando da Terra era bem difícil ser atleticano ou convencer alguém a sê-lo.

Agora imaginem quem ficou de 1958 a 1970 sem comemorar um regional, ou que ficou exatos e iguais 12 anos de novo na fila, entre 1970 a 1982 sem levantar um caneco? Hoje vemos com tristeza os últimos 6 anos onde nosso único título estadual se deu mais por incompetência do rival centenário que mérito nosso, além de sentimos ano a ano que o clube se preocupa com tudo, mas tem deixado o futebol um tanto quanto esquecido.

São outros tempos sim, mas é sempre bom relembrarmos para valorizarmos o que se passou. O Atlético não existe a partir de 1995, ainda que tenha criado sua identidade e se fortalecido como clube como nunca antes o fora, mas só chegamos onde estamos porque muitos trilharam este caminho antes de nós.

Torcer para quem só vence é fácil, se dizer fanático nas vitórias é muito simples, só ir a campo com cadeirinha coberta e lugar marcado é muito bom, mas não demonstra o real significado de ser atleticano. Por isso se faz necessária a presença do torcedor a campo, lotando onde que que jogue o Furacão, não importando o lugar, mas sim o sentimento de ver o time amado ali nos representando.

Neste aniversário de mais um ano do Clube Atlético Paranaense parabenizo todos os que ajudaram a construir essa enorme paixão que arrebata nossos corações e voltar a lembrar a todo torcedor que antes de cobrar do Furacão analise o que tem feito pelo Furacão.

O amor é incondicional e assim deve ser tratado.

ARREMATE

“ Rubro negro é quem tem raça/
e não teme a própria morte"
. Zinder Lins & Genésio Ramalho


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