Alexandre Sugamosto

Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.

 

 

Um dilema para Carrasco

23/03/2012


Não ando escrevendo com regularidade porque, além de alguns compromissos pessoais, acho o ruralzão um pouco monótono. Algumas partidas aqui e ali foram interessantes e tiveram pequenas doses de emoção, mas, no geral, o campeonato paranaense é um torneio que reúne gramados ruins, equipes em formação e orçamentos desproporcionais. Além disso, temos que aguentar arbitragens amadoras, que já são lugar comum no país, uma Federação desorganizada e transmissões televisivas sofríveis. Contudo, como todo atleticano, acompanho as notícias diárias do clube e gosto de estar presente em todas as aparições do Furacão.

Nesse cenário monocromático, o que tem me chamado a atenção é a formação usada por Juan Carrasco e suas possíveis variações.

Analisando um pouco as partidas em que perdemos, empatamos ou sofremos para ganhar, alguns detalhes não podem passar em branco:

- Estamos indo mal contra marcações adiantadas. O placar reverso mais elástico do ano, contra o Londrina, é fruto de uma simples variação tática que deu privilégio à marcação sob pressão. Carrasco tem acompanhado o torneio? O Londrina já vinha fazendo isso com êxito antes de nos enfrentar e seriam necessárias adaptações no 4-3-3 normal para que pudéssemos vencer o cotejo. Perdemos.

- Juan Carrasco precisa decidir: ou teremos um time rápido e jovem ou uma equipe mais experiente e cadenciada. Não podemos, no entanto, seguir com variações táticas aleatórias.

- O futebol normalmente coloca duas situações: impor o jogo agressivo ou adaptar-se aos defeitos do adversário. Carrasco ainda não sabe de que lado está.

- O sistema com pontas só vai funcionar plenamente quando tivermos um centroavante goleador, fixo, que faça o papel de pivô. As nulidades futebolísticas que atualmente estão ocupando a pequena área só servem, quando muito, para composição de elenco.

- Salvo engano, ou juízos apressados, Nieto, El Morro e Léo Mineiro não conseguirão seguir no clube. Gustavo Lazzaretti, Bruno Costa, Bruno Mineiro e Marcinho ainda estão apresentando um futebol oscilante e irregular.

Independente dos resultados do campeonato, creio que ficaremos com a taça, é preciso fortalecer o elenco para o Brasileirão e encontrar definições sólidas sobre os itens que comentei acima.

Aproveito para felicitar a colega Ana Flávia pelas excelentes colocações sobre a briga de chapas.

Atleticanos, acima de tudo.


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