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Jean Claude Lima
Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".
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Chega de confusão!
25/02/2012
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Parece que está na tradição atleticana não ter uma semana de paz e tranquilidade no Clube. Sem contar chances perdidas de vencer o Atletiba, nessa semana houve a polêmica do jogo com torcida única, a negativa ao credenciamento do repórter Osmar Antônio da Banda B e, por último, a retirada de um equipamento que estava no canteiro das obras da Arena.
Cada uma dessas situações recebeu atenção especial da imprensa, com destaque maior para o jogo onde só nós podemos estar no estádio, sem a presença dos maiores rivais. O fato é que certo ou errado, evitando ou não a violência, tivemos menos de seis mil pessoas no estádio. É pouco em qualquer ocasião em que esteja a camisa do Atlético em campo. A ausência da nossa própria torcida foi a cereja do bolo de uma situação desgastante, que começou com a marcação de um clássico para quarta-feira de cinzas.
Cabe um capítulo especial aqui sobre a ausência da Ultras no jogo. Por ter apoiado de forma explícita a chapa que perdeu as eleições, os Ultras estão banidos dos jogos do Atlético. Tenho muitos amigos por lá, pois ajudei a fundar a torcida e hoje, exatamente pela paz e segurança deles, creio que deveria haver uma suspensão temporária das atividades da torcida. Penso dessa forma, pois não vejo uma saída consensual e inteligente entre eles e os Fanáticos, e uma relação institucional com a diretoria eleita no Clube. É triste ver gente em pânico na arquibancada, tendo que ir embora antes do final dos jogos com medo de confrontos. Os Ultras trouxeram para o seu meio uma crise interna dos Fanáticos e estão “pagando” por isso. Não acho que a situação vá mudar em curto prazo. Se não parar de forma radical, só vai piorar e pode render tragédias.
Com relação à negativa de credenciamento para o repórter Osmar Antônio, a questão é interessante. Se Osmar se envolveu na eleição, o que segundo a direção do Atlético justificaria a negativa do credenciamento para o Atletiba, como jornalista cometeu um erro básico. Deveria, como profissional que é, pedir licença aos seus empregadores e participar de forma legítima do processo, escolhendo o seu lado de maneira tranquila. Alguns dos meus pares aqui no site Furacao.com, exatamente por estarem envolvidos com as chapas, pediram afastamento das atividades do site. Osmar teria então cruzado uma fronteira ética. Deixo claro que não estou afirmando que isso aconteceu.
Mas se Osmar Antônio se limitou a cumprir o seu papel como profissional de comunicação, reportando os fatos, mesmo que desagradasse a qualquer lado envolvido no processo, relatando os acontecimentos ao torcedor atleticano como é o que se espera dele e dos demais setoristas do Clube, podemos estar diante de uma situação que não precisaria ter ocorrido.
Do meu ponto de vista, a negativa do credenciamento foi uma decisão equivocada, e não cabe na questão, fosse qual fosse à posição de repórter nas eleições. Pensei em várias possibilidades de atuar na questão e o caminho que eu não seguiria, seria o de alimentar uma crise desnecessária com um dos veículos mais importantes do jornalismo esportivo do Paraná. Depois da confusão com a Transamérica, agora a bola da vez foi a Banda B, o que pode gerar um alinhamento desfavorável de todos os setores da mídia contra o Atlético. Certa ou errada a decisão foi tomada e vamos aguardar os desdobramentos da questão.
Creio que uma evolução provável das transmissões esportivas, será muito em breve dos clubes terem rádios oficiais, a exemplo das “webtvs” que já estão em pleno funcionamento. O que impede o Atlético de contratar uma equipe para transmitir os seus jogos, com acesso a conteúdos e entrevistas exclusivas, material segmentado para as várias faixas etárias da torcida? Com a convergência das mídias, em breve os clubes vão disputar uma parte do bolo publicitário que as rádios abocanham. Creio que é por isso que as rádios estão cada vez mais profissionais, investindo em profissionais formados. Se não houver qualificação, e isso vale para qualquer mercado, o modelo atual de negócios estará fadado ao desaparecimento.
Por fim, a retirada do equipamento da Arena, gera mais mídia negativa e passa ao torcedor um clima de insegurança. É mais confusão por metro quadrado do que gostaríamos de ver, mesmo que o Atlético esteja coberto de razão da cabeça aos pés. Sempre passo perto do estádio e hoje não foi diferente. Ainda é estranho ver a nossa casa sem as cadeiras e a cobertura. Dá certa tristeza que tenho certeza, será deixada de lado quando inaugurarmos as novas instalações.
O fundamental é que a diretoria se livre dessas confusões, imprima um ritmo forte às obras da Arena, reconquiste a nossa dignidade no futebol, nos devolvendo a confiança. A campanha de marketing está muito legal e por vezes eu quase me esqueço de que estamos na segunda divisão. É Atlético em todos os cantos da cidade. Isso é muito legal e faltou demais na gestão anterior.
Vamos ganhar amanhã pois a luta continua. Dá-lhe Furacão!
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Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.
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