Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 56 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Medo e esperança

28/01/2012


Ninguém fala por medo de ser rotulado como anti-Petraglia ou defensor da ex-diretoria rubro-negra. Está todo mundo pisando em ovos, com medo virar ave de mau agouro, arauto da desgraça ou qualquer outra coisa dessa mesma natureza. Mas o fato é de que a torcida está receosa com o andar da carruagem.

Petraglia tem razão quando diz que pegou a casa de portas fechadas, bem no meio das férias coletivas, e às portas do campeonato paranaense, com um time rebaixado para a segunda divisão do brasileiro. É mole? Mais do que isso, no meio dos empregados, pessoas com as quais ele não fazia e nem fez, a menor questão de manter qualquer tipo de diálogo e ainda mais em tê-las como colaboradoras. Passou o facão "na firma" e foi gente com muitos anos de casa e com história no Clube, para o olho da rua. Cida, Renato Requião, Péricles, Patrícia Bahr e outros, foram rifados. Em linhas gerais foram demitidas pessoas que supostamente ou de forma declarada , tiveram algum tipo de identificação com a gestão anterior, ou até mesmo se envolveram no processo eleitoral.

O que todo mundo esperava eram mudanças drásticas no mundo do futebol, em especial no que diz respeito ao elenco. Veio um técnico estrangeiro, houve alguns repatriamentos como o de Bruno Mineiro, e ainda várias dispensas de atletas ou muito caros ou de baixo rendimento técnico na temporada anterior.

Contratações de peso ainda não houve nenhuma. O que houve sim foram especulações de negociações com Deco, Rivaldo e se brincar, até Cristiano Ronaldo e Messi estavam vindo para o Atlético. Nada houve, no entanto, para aplacar a sede da torcida por novas perspectivas e seguimos aí com um elenco que se não perdeu até hoje, sábado, também não encheu os olhos de ninguém com uma grande apresentação. É a herança da gestão anterior em campo, com suas mazelas, virtudes e limitações que todos estamos carecas de conhecer. Petraglia pode ser responsabilizado por isso? É claro que não. Só se esperava e se espera dele a nossa redenção no futebol.

Na política nos metemos em encrencas com os nossos dois rivais. Os resultados das polêmicas até agora foram desfavoráveis e de maneira bizarra, o Ecoestádio será o palco das nossas partidas, do alto de seus pouco mais de três mil lugares. Se houve falta de tato da nossa parte ou interesse explícito dos rivais em nos prejudicar, o fato é que a indicação não faz sentido quando se trata da grandeza da nossa torcida e do número de sócios que temos. O Estádio do Pinhão em São José dos Pinhais só para citar um exemplo, diz que tem seis mil lugares, o que é o dobro da capacidade do Ecoestádio. A Vila Olímpica ou Estádio Érton Coelho de Queiroz tem a capacidade de dezoito mil e quinhentas pessoas. Até mesmo o lacrado Pinheirão, em se tratando a Copa do Mundo um evento de interesse da comunidade, poderia se reaberto em virtude da natureza dos fatos para mais uma vez ser a casa do Atlético, que tem o recorde de público do estádio com mais de quarenta e quatro mil pessoas, justamente em uma vitória de 2 x 1 sobre o rival e agora desafeto.

O fato é que agora é mais sábio esperar o bom andamento das coisas. O tempo é senhor da razão e acho que o objetivo principal desse ano, é voltar à primeira divisão do brasileiro. É claro que seria muito bom sermos campeões do paranaense. Título é sempre muito bom. É difícil até mesmo pela nossa situação geral, mas não impossível. A confiança de algo vai mudar melhor é a esperança da torcida. Com medo e cheia de esperança.


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