Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Jogar no Couto: direito do Atlético!

13/01/2012


O Atlético deveria, até o final da tarde da última quarta-feira, dia 11 de janeiro de 2012, indicar ou protocalar na Federação Paranaense de Futebol, um estádio para mandar os jogos na temporada que está prestes a se iniciar. Está claro: a indicação deveria ser realizada diretamente à federação. Não ao Paraná Clube ou ao Coritiba.

O Atlético, desta forma, exerceu seu direito e encaminhou o ofício ao órgão máximo do futebol paranaense. A grande razão de indignação, tanto por parte da nossa tendenciosa imprensa (quanto histerismo!), quanto por parte dos verdes, foi Petraglia não ter solicitado ao Vilson de Andrade uma reunião para “pedir” o estádio emprestado. Ora, quem conhece Petraglia, sabe que jamais ele faria isso. E não o fez, na minha opinião, com toda razão.

O Atlético está criando uma grande oportunidade aos paranaenses na adequação da Arena da Baixada para receber a Copa do Mundo de 2014. Não será um benefício do Atlético e nem vou me apegar aqui aos benefícios ou malefícios da copa. Vou me apegar apenas ao benefício do povo paranaense. A copa não será do Atlético. Será do atleticano, do paranista, do coxa-branca e de todos os demais torcedores de todos os outros clubes espalhados pelo estado. Será, acima de tudo, do povo paranaense.

E na hora de exercermos o nosso direito e termos assegurados nossos mandos em outro estádio, temos que pedir “penico”? Falam em falta de bom senso na ausência de conversa com o clube verde, mas onde está o bom senso ao ceder um estádio a um clube que proporcionará uma copa do mundo a todos os outros? Agora querem que nos arrastemos e imploremos, abrindo uma negociação de pechincha para jogar no Couto Pereira? Somos o Clube Atlético Paranaense, um clube grande, profissional e correto.

Se não houve pré-negociação ou qualquer conversa, houve sim o óbvio: a indicação do estádio à federação. Diz o Estatuto da FPF, claramente, em seu Artigo 46, item 7:

VII – Ceder gratuitamente à Federação e às entidades superiores, quando regularmente requisitados ou convocados, seus atletas e suas praças de desporto

Então me digam, onde está o erro?

Não houve erro, mas houve a surpresa da diretoria do Coritiba ao receber a notícia. E aí apareceu a reação imediata, equivocada e totalmente despreparada: “Não vamos ceder o estádio, de jeito nenhum”. Uma grande prova de que as vaidades largam o futebol paranaense onde está perante o futebol brasileiro: na lama. E vocês acham que será fácil recuperar alguma imagem positiva que já deixamos até hoje? Onde está aquele discurso bonito de tempos atrás, dizendo que o futebol paranaense estava acima de tudo? Já tivemos um exemplo de pensamento pequeno na decisão da Libertadores em 2005 e estamos tendo outro grande exemplo agora. Vaidade, pura vaidade que não deixa crescer o futebol do nosso estado.

E que fique bem claro: estamos requisitando o Couto Pereira apenas pelo tamanho, pois é o único da capital capaz de acolher todos os sócios do maior do estado. Fosse pela estrutura e pelas acomodações, muito melhor seria jogar na Vila Capanema, no Caranguejão ou no Germano Krüger.

Fez-se valer o direito e o desejo do Clube Atlético Paranaense. Ao órgão máximo, fica a responsabilidade da decisão. Aos demais, ainda a oportunidade de resgatar o bom senso.


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