Sergio Surugi

Sergio Surugi de Siqueira, 66 anos, é Atleticano desde que nasceu. Neto de um dos fundadores, filho de um ex-presidente do Atlético, pai e avô de Atleticanos apaixonados, é doutor em Fisiologia e professor. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2009.

 

 

Conquistar a América para encantar o Brasil

28/02/2005


Não existe Atleticano vivente que não alimente o sonho de ganhar a Libertadores. É um sonho não tão distante nem difícil de se tornar real, mas será que nós, Rubro-Negros, temos a noção verdadeira do que uma conquista como essa poderia representar?

Tenho pensado nisso e cheguei à conclusão de que as perspectivas de colocar uma pá de cal na coxarada, de calar os bicos do Eurico Miranda e do Milton Neves, estavam me desviando o foco daquilo que realmente seria importante (ainda que muito menos divertido). Passei a imaginar uma final Sulamericana entre o Atlético e um time argentino, talvez o Boca e logo me veio a imagem de um Brasil inteiro unido e torcendo pelo Furacão, representante tupiniquim contra o velho inimigo de todas as horas.

Temos uma vantagem importante, pois deixando de lado os insignificantes e inofensivos coxas, nenhuma outra torcida tem forte rejeição pelo Atlético. Nem mesmo os Vascaínos e Tricolores das Laranjeiras conseguiriam preferir os gringos e portanto teríamos imprensa e torcida brasileira ao nosso lado, aprendendo e cantando que “a camisa Rubro Negra só se veste por amor”.

Romantismo e miragens à parte, espero que os nossos diretores já tenham contabilizado os dividendos mercadológicos que a conquista da América poderia representar, não tanto em nível internacional, mas antes de tudo, como elemento de afirmação do Atlético na galeria dos grandes times do Brasil, com novos torcedores (ou simpatizantes, como preferem alguns) espalhados País afora.

O Brasil é um mercado promissor para quem se interessa por futebol e eu não posso idealizar a conquista de uma fatia importante desse mercado, que inclui as tão disputadas verbas de TV e parcerias com patrocinadores, sem antes imaginar o Atlético como digno representante brasileiro em um triunfo internacional.

Tomara que o futebol do Atlético corresponda às expectativas e conquiste pela primeira vez a América. Este pode ser o caminho mais curto para encantar o Brasil.


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